Prevista para ocorrer entre os dias 17 e 21 de maio, no parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, a Fenasul Expoleite deve ser o principal foco da Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (ACGJRS), neste ano. Presidida pela criadora Ângela Maraschin, proprietária da Cabanha Gema, de Santa Rosa, a entidade persevera na campanha para que os criadores registrem seus animais. "É uma forma de agregar valor à atividade e ao plantel, pois sem investimentos em genética, os criadores perdem grandes oportunidades de mercado", diz.

Segundo ela, na Fenasul, irá ocorrer etapa do Circuito Nacional da Raça Jersey, a principal do Rio Grande do Sul que pontua para o ranking das grandes campeãs nacionais. "Para valer como etapa do circuito é necessário ter 70 animais em pista e 30% de vacas, 21 pelo menos", explica a presidente. Segundo ela, será feito trabalho forte junto aos núcleos de criadores para que participem da feira, a fim de alcançar o número necessário.

Para a presidente, com número menor de dias, a Fenasul se tornou mais interessante para o criador do que a Expointer. "Para o produtor, manter os animais 11 dias dentro do parque de exposições e longe de casa, o afasta do foco, além do estresse causado aos animais e os altos custos na feira", diz. Além disso, o volume de negócios com a venda de animais é insignificante, diz.

No entanto, isso não significa que a entidade irá abandonar a feira. "Temos convicção da importância do trabalho realizado na Expointer e por isso, pretendemos ter uma participação institucional forte no parque", ressalta. A ideia é usar o espaço junto à sede da associação, no pavilhão do gado leiteiro, para mostrar e promover as propriedades e associados, seja através de vídeos institucionais, impressos ou outros meios, ressalta.

O próximo evento da pecuária leiteira, ocorre no mês de fevereiro, segundo ela, considera o debu das exposições. Trata-se da Expoagro Cotricampo, realizada em Campo Novo, na região noroeste do Estado e que distribui R$ 84 mil em prêmios para as duas raças leiteiras, Jersey e Holandês.

A criadora é a primeira mulher à frente da associação gaúcha, na segunda geração de criadores associados e foi eleita, em dezembro do ano passado, para presidir a entidade no biênio 2023/2024. Junto com ela, outras três mulheres ocupam cargos na atual diretoria.

Estiagem
Segundo Ângela, a atividade leiteira vive um cenário desafiador para a produção. Custos altos, queda do dólar, baixa cotação do produto, tudo isso combinado com a estiagem levam o produtor à desmotivação.

Naturalmente, a produção de leite tende a cair nos meses de verão mas o calor excessivo e a falta de chuvas contribuem para a má qualidade das pastagens. "Quem não tinha área irrigada está dando comida de má qualidade para os seus animais", diz. A silagem produzida no ano passado já deixou a desejar na qualidade e este ano está pior, ressalta. A saída é dar ração, que também está cara, o que acaba aumentando os custos.