Agro
Dia de campo e feira evidenciam a Agroecologia na Embrapa Cascata
Cultivar de batata BRS Cecília terá lançamento na véspera com indicação para plantio em sistemas orgânicos
Foto: divulgação - DP - Evento contará pela primeira vez com a Feira da Agroecologia, organizada pela Embrapa
A Estação Experimental Cascata da Embrapa Clima Temperado será sede nesta quinta (1º), a partir das 8h, do tradicional Dia de Campo sobre Agroecologia e Produção Orgânica, realizado pela Embrapa Clima Temperado em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Centro de Apoio e Promoção a Agroecologia (Capa).
Em sua 17ª edição, o evento contará pela primeira vez com a Feira da Agroecologia, organizada pela Embrapa Clima Temperado, que terá cerca de 45 expositores, entre agricultores agroecológicos, instituições de ensino e pesquisa e de apoio à agroecologia e produção de base orgânica.
Ao meio-dia serão homenageadas algumas instituições que atuam ativamente em favor do setor, como a Arpa Sul, a Sul Ecológica e o Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul. Além da solenidade, serão entregues os certificados de produção orgânica aos produtores. Os organizadores esperam receber cerca de mil visitantes ao longo do dia. “O objetivo desta feira é sobretudo apresentar a agroecologia como uma cadeia, um sistema organizado, que precisa de máquinas e de tecnologia e que vai além do sistema de produção. Mostrar também para o agricultor que existem produtos e tecnologias que podem auxiliá-lo”, diz o pesquisador da Embrapa, João Carlos Costa Gomes, um dos coordenadores do evento.
Esta primeira edição da feira é dividida em três segmentos. O primeiro é direcionado aos agricultores, que poderão comercializar os seus produtos, como frutas, verduras, legumes e hortaliças, além de produtos da agroindústria da região, como geleias, pães, cucas e doces. O segundo é voltado para as representações institucionais vinculadas à agroecologia, como a Embrapa, a Emater/RS-Ascar, o Capa e órgãos como a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O terceiro é voltado para a produção, onde empresas privadas e agricultores poderão apresentar e comercializar insumos e produtos e compartilhar estratégias que podem ser utilizadas na agroecologia.
As bancas ficarão localizadas entre o prédio central e o Centro de Capacitação de Agricultores Familiares (Cecaf). Os expositores irão ocupar cerca de 200 metros de área, paralela às estações do Dia de Campo, que ocorrerão simultaneamente com a feira. Para o coordenador técnico da Estação Experimental Cascata, Luís Fernando Wolff, este evento anual é um espaço para reunir não só os agricultores, mas todos os agentes envolvidos na produção orgânica e de base ecológica e levar as tecnologias, os resultados de pesquisa e os produtos desenvolvidos pela instituição. “É um espaço muito caro e muito importante para nós”, complementa.
Dia de campo
O dia de campo terá quatro estações com temas voltados para a produção de base orgânica. A primeira estação, Pagamento por Serviços Ambientais, coordenada pela pesquisadora Letícia Penno, trabalhará conceitos sobre o tema e o marco legal, além de técnicas para a conservação do solo e da água, produtos florestais madeireiros e não-madeireiros e polinização dirigida de cultivos com apicultura.
A segunda estação, Agrosociobiodiversidade, abordará as temáticas do Projeto Conserva-In para a promoção da integração entre agricultores e pesquisadores, adubação verde na agricultura sustentável e os guardiões da biodiversidade de abelhas sem ferrão, sob a coordenação do pesquisador Éberson Eicholz.
A terceira estação, Sistemas Biodiversos de Produção, vai apresentar a semeadura direta para a implantação do componente arbóreo de agroflorestas; a fruticultura agroflorestal; o projeto Quintais Orgânicos de frutas: diversificação da matriz produtiva e renda produtiva; a produção de base ecológica de hortaliças em sistema agroflorestal; e o plantio direto de hortaliças tendo a compostagem laminar como estratégia. “Apresentaremos estratégias e oportunidades de uso do solo onde o(a) agricultor(a), de forma planejada, consegue produzir alimentos em harmonia com o meio ambiente, restaurando o solo e otimizando a escassa mão de obra familiar”, diz o pesquisador e coordenador desta estação, Ernestino Guarino.
A última estação reservará o tema Bioinsumos, ao trazer assuntos como a criação de insetos como fonte de soluções sustentáveis para a agricultura e pecuária; a produção de bioinsumos na propriedades, relacionado ao adubo fermentado “bokashi”; pó de rocha, agrominerais e remineralizadores; e extração e usos de óleo essencial de chinchilho (Tagetes minuta). A estação técnica será conduzida pelo pesquisador Jair Nachtigal.
Batatas
O evento traz também uma demonstração de batatas, com as cultivares desenvolvidas pela unidade: BRS Potira, BRS Clara, BRS F50 Cecília e a cultivar de nome Macaca. Nesta quarta (30) ocorre o lançamento regional da nova cultivar de batata BRS F50 Cecília, desenvolvida pelo programa de melhoramento genético da Embrapa em Campo Largo, no Paraná. A cultivar possui indicação para os sistemas orgânicos de produção, já que apresenta resistência a doenças foliares. Possui película amarela e é de dupla finalidade, voltada tanto para o consumo in natura como para uso em frituras. A cultivar possui alto potencial produtivo, podendo chegar a 45 toneladas por hectare, com estabilidade de produção.
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