Os eventos climáticos do último sábado (23) devem comprometer a produção do pêssego na safra 2023/2024. A cultura foi uma das mais atingidas pelo granizo de 23 de setembro, que atingiu os municípios de Pelotas, Canguçu, Morro Redondo, Piratini e Arroio do Padre. A Emater/RS-Ascar recomenda os produtores atingidos com perdas severas e que contrataram o custeio nesta safra que procurem agências bancárias urgentemente para acionar o seguro agrícola. O principal problema causado foi a queda de frutas e lesões nas árvores.

Conforme relatos de produtores, em Canguçu houve grande derrubada e danos físicos nos frutos, que estão descartados para comercialização e na abertura de entradas para possíveis doenças. Cerca de 20% da área foi atingida, com perda de 60% da produção.

Em Morro Redondo, foram registradas perdas em torno de cinco mil toneladas, mais de 50% da produção esperada, que é de nove mil toneladas. Em Pelotas, a região mais atingida foi exatamente onde está localizada a maioria dos pomares. As perdas giram em torno de 80%, sendo 50% nos pomares para a indústria e 60% nos frutos de mesa. Ao todo, chegam a 16 mil toneladas de uma expectativa de 43,2 mil toneladas. O prejuízo estimado gira em torno de R$ 35,9 milhões. Os números e recomendações integram o boletim semanal do Sistema de Alerta Mosca das Frutas 2023/2024, divulgado às quintas-feiras.

A dica da semana é também uma recomendação em função do granizo. Em fase de raleio nos pomares, devem ser retirados os frutos danificados, reduzida ou suspensa a adubação com nitrogênio e/ou potássio nos pomares com grandes perdas, eliminação de frutos mumificados com podridão-parda e aplicação de fungicidas de ação sistêmica.

Também é recomendado levar em consideração a relação custo/benefício dos tratos culturais e não acreditar em produtos milagrosos, que prometem recuperar pomares sem a devida comprovação científica.