Exportações
Ministro Fávaro anuncia em Pequim a suspensão do embargo à carne bovina
China é o principal destino das exportações do produto e retomou a compra em menos de um mês
Foto: Divulgação - Demanda chinesa por carne bovina deve seguir aumentando em 2023
Após reunião nesta quinta-feira (23) do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC), Yu Jianhua, em Pequim, o governo chinês decidiu que vai levantar o embargo à carne bovina brasileira. As importações do Brasil estavam suspensas desde fevereiro, após a confirmação de um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da "vaca louca"), identificado em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).
Desde a descoberta do caso, o Ministério da Agricultura e Pecuária vem trabalhando e tomando todas as providência necessárias conforme protocolo de importação internacional. Na manhã de ontem, em Pequim, o ministro Fávaro anunciou a liberação da importação de carnes bovinas pela China. "Tenho certeza que isso é um passo para que o Brasil avance cada vez mais com o credenciamento de plantas e oportunidades para a pecuária brasileira", disse Fávaro, ao final do encontro.
Balança comercial brasileira
É previsto que a demanda chinesa por carne bovina continue aumentando em 2023, resultando em um total de 3,52 milhões de toneladas. Esse número representa um crescimento esperado de 2% em relação ao volume importado em 2022.
A comercialização para a China estava suspensa desde o dia 23 de fevereiro, quando houve a confirmação da doença em um boi de nove anos. O animal foi sacrificado e a carcaça incinerada. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a China é o país para que o Brasil mais exporta carne bovina, representando aproximadamente 60% do total da produção do produto brasileiro.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria para o comércio exterior, a retomada das exportações de carne bovina para a China é uma notícia muito positiva para o comércio exterior brasileiro e terá impacto positivo em nossa balança comercial.
"O Brasil é um grande exportador de carne bovina para a China, e a suspensão das exportações impactou negativamente o setor. A retomada é fundamental para o país continuar sendo um importante fornecedor de proteína animal para o mercado chinês", afirmou o executivo.
Um exame realizado em um laboratório de referência no Canadá confirmou que o caso de mal da vaca louca registrado no Brasil é isolado, ou seja, sem prejuízos para a qualidade da carne bovina produzida no país.
Segundo Pizzamiglio, ainda é importante manter boas práticas para evitar problemas futuros. "A comprovação de que a carne bovina brasileira é de qualidade e segura é um fator predominante para a manutenção das exportações", afirma.
De acordo com um estudo recente da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), o Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. No total, as vendas externas de carne bovina representam 52,6% do valor total exportado pelo país. De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina, incluindo produtos in natura e processados, registraram um aumento de 42% em relação ao ano anterior, gerando uma receita de 13,09 bilhões de dólares para o país em 2022.
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