Por Luciara Schneid
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As altas temperaturas, chuvas isoladas e de baixa intensidade e ventos moderados provocam a redução da umidade no solo, o que gera o atraso e paralisação no plantio de culturas como o milho, soja, feijão e outras. Segundo a Emater Regional, em seu relatório semanal, há várias localidades sem registros de precipitações, o que está preocupando os produtores.

Foram registradas baixas precipitações na semana, em Canguçu com registro de oito milímetros (mm); Jaguarão, com 11 mm; Rio Grande com 7,6 mm; Pelotas, 3,7 mm e Turuçu, cinco mm.

A situação é mais preocupante em Herval, onde não houve registro de chuvas na última semana, o que agravou a situação de estiagem.

O Município foi o primeiro da região a decretar situação de emergência, em 20 de dezembro. O decreto foi assinado pelo prefeito Ildo Sallaberry (PP). A chuva acumulada média nos últimos 60 dias na cidade foi de cerca de 35 mm, quando o normal, de acordo com a Defesa Civil, seria de 80 mm.

De acordo com dados da prefeitura, 50 famílias já sinalizaram a falta de água potável e mais de cem famílias solicitaram aberturas de bebedouros para animais e foi iniciada, na última semana, a distribuição de água potável.

A estiagem causa prejuízos nas lavouras de milho, soja, feijão e abóbora, e nas pastagens cultivadas e nativas, acarretando prejuízos na pecuária leiteira e de corte, principais atividades econômicas do município, que já apresentam diminuição dos índices reprodutivos.

Entre todas as culturas, o prejuízo estimado chega a R$ 80 milhões, R$ 50 milhões somente na cultura da soja e R$ 24 milhões de perdas dos produtores que não conseguiram plantar até o momento pela baixa umidade do solo.

No mês de dezembro, as precipitações ficaram cerca de 50% abaixo da média normal para o período na maioria dos municípios da região. Em Arroio do Padre, as precipitações ficaram em 63 mm no mês. Em Pelotas choveu apenas 58,3 mm e Turuçu teve acumulado de 58 mm de chuvas.

Em municípios como Rio Grande e Arroio Grande, os decretos de emergência são iminentes. Equipes das prefeituras, Emater e Defesa Civil trabalham na realização de levantamentos e laudos.

A Barragem do Chasqueiro, com uma área alagada de 1.650 hectares, destinada à irrigação de arroz e pastagens, está com 63,23% de armazenamento (39,45 metros). Com 100% da sua capacidade de armazenamento pode irrigar até 19,6 mil hectares com 90 quilômetros de canais.

Em Rio Grande, o número de aguadas que estão secas ou com volume reduzido aumenta a cada semana. Famílias da Ilha do Leonídeo estão recebendo água para consumo através de caminhões tanque. O Conselho Municipal Agropecuário deve se reunir nesta semana para avaliar a situação no Município.

Em Canguçu, Santana da Boa Vista e Jaguarão há solicitações de abastecimento de água potável pelo caminhão pipa. A Prefeitura de Santana da Boa Vista realiza a distribuição de água para 12 famílias até o momento. Em Jaguarão, famílias no interior do Município também recebem água para consumo. ​