Fruticultura
Perdas na cultura do pêssego podem superar 50% da produção
Em algumas propriedades, o granizo ocorrido no sábado derrubou mais de 90% das frutas
Foto: Divulgação - Somente em Morro Redondo, prejuízo preliminar ultrapassa 1,037 mil toneladas
O granizo que atingiu a região entre a madrugada e o amanhecer de sábado deixou um rastro de destruição em algumas culturas, especialmente nos pomares de pêssego, onde os produtores ainda contabilizam as perdas. O presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Pêssego (AGPP), Mauro Scheunemann, acredita que os prejuízos chegam a pelo menos 50% da produção. “A região onde está concentrada a maioria dos pomares teve um estrago graúdo. Há produtores com mais e menos perdas e aqueles que perderam praticamente toda a produção”, ressalta.
As equipes da Emater estão a campo, levantando a situação. Até a quarta-feira (27), devem ser concluídos os levantamentos de perdas, que servirão como base para os decretos de emergência das prefeituras. O escritório de Morro Redondo confirma perdas elevadas na cultura do pêssego, que tem frutas em plena fase de desenvolvimento, e um prejuízo preliminar de 1,037 milhões de quilos, de uma estimativa de produção de nove mil toneladas. Os números devem ser ainda maiores, pois até a segunda-feira não haviam sido contatados todos os produtores.
Em Pelotas, levantamento ainda está sendo realizado e Piratini já informa prejuízos em aproximadamente cinco hectares de pêssego. Em Arroio do Padre, houve estragos nas culturas do fumo, hortaliças e morango. Por causa do temporal, o evento de Abertura da Colheita do Morango de Turuçu, realizado pela primeira vez no município pela Associação dos Produtores de Morango de Turuçu, em conjunto com a Prefeitura e Emater, programado para a quinta-feira (28), foi cancelado. Segundo a Emater local, os prejuízos foram grandes em lavouras de fumo, morango e hortaliças, casas e galpões. O momento agora é de quantificar os prejuízos e de reconstrução.
O cenário encontrado na manhã de sábado por grande parte dos produtores foi de muitas frutas, folhas e galhos espalhados pelo pomar. Foi o caso do produtor João Carlos Silveira Rodrigues Junior, com propriedade no 7º distrito, entre as localidades da Santa Áurea e Vila Nova, onde pelo menos 90% da fruta foi perdida. “Perdemos fruta do cedo e do tarde e também de mesa, praticamente tudo”, ressalta.
Ele conta que o pai, João Carlos Silveira Rodrigues, assumiu a propriedade há cinco anos, após a morte do avô. “Este seria o primeiro ano que iríamos tirar algum lucro e investir em equipamentos como um trator, na propriedade”, diz. Por falta de equipamentos, a maioria dos serviços na propriedade são terceirizados, diz. A expectativa era de colher entre 50 a 60 mil quilos da fruta, que até o evento climático estava em excelente desenvolvimento, inclusive com investimentos por parte dos produtores em novas variedades.
Ele conta que, na localidade, além dele, um outro vizinho também foi bastante atingido pelo granizo. No local, eram produzidos de 30 a 40 mil quilos da fruta. “Nós somos pequenos mas era nossa garantia de sustento e quem sabe tirar algum lucro para investir na propriedade “, ressalta. Segundo ele, em pomares maiores localizados próximos, as perdas chegam a pelo menos 50%.
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