A safra do pêssego iniciou lentamente nos pomares da região. No momento, o maior volume são das cultivares destinadas para mesa. Os demais pomares destinados para a indústria estão em fase de plena frutificação. Já é consenso de que as expectativas para a safra 2022/2023 serão de baixas produtividades nos pomares, resultando em produção inferior a 2021/2022. Os produtores estimam uma safra entre 20 e 25 mil toneladas da fruta, uma quebra de 35%.

No ano passado, os produtores já enfrentaram problemas climáticos, principalmente a chuva na época de maturação e algumas doenças, como a podridão parda, resultando em produção 15% menor, que chegou ao total de 30,6 mil toneladas. Na indústria, foram enlatados 5% a menos de produto, com uma produção total de 42 milhões de latas entre dez empresas.

De acordo com o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Pêssego (AGPP), Mauro Scheunemann, o frio dos últimos dias é prejudicial à maturação da fruta. "Além de custarem a amadurecer não estão tão doces quanto deveriam", diz. Segundo ele, o maior volume de frutas começa a ser colhido depois do dia 20 mas se o frio persistir, pode atrasar ainda mais. O extensionista da Emater Pelotas, Rodrigo Prestes, confirma o início da colheita para as cultivares mais precoces como Bonão, Precocinho e Libra, "Daqui uns 15 dias teremos um volume mais significativo". Segundo ele, as indústrias já estão processando a fruta, mas ainda em pequena quantidade.

Enquanto isso, os produtores intensificam as adubações nos pomares, de um total de até quatro aplicações. Segundo a Emater, os produtores já conseguem observar que a frutificação está abaixo do esperado inicialmente, com algumas plantas apresentando boa frutificação e muitas outras com pouca quantidade de frutos ou nenhum. Além disto, informam uma quantidade significativa e aumento considerável da morte precoce de plantas de pessegueiros nos pomares. Persicultores seguem realizando os tratamentos preventivos com fungicidas para o manejo e controle das doenças prodridão parda e antracnose.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore, também projeta uma produção menor na indústria. Segundo ele, as empresas já estão realizando as contratações de safristas e a produção começa efetivamente na quinta-feira (3). "O maior volume de fruta começa a chegar após o dia 7", ressalta.

Em Pelotas está confirmada mais uma edição da tradicional festa e abertura da colheita do pêssego, no dia 4 de dezembro, com lançamento previsto para o dia 25 de novembro. Também está confirmada a realização da quinzena do pêssego no período de 25 de novembro a 9 de dezembro.