Culturas

Produtores se preparam para enfrentar El Niño

Encontro realizado durante dois dias no parque Morada do Sol abordou questões como a macro-drenagem de áreas

Paulo Rossi - Especial - DP - Ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues sobre Perspectivas do Agronegócio Brasileiro

As empresas Agromoney - assessoria econômica -, Porteira Adentro - assessoria agronômica - e WR Assessoria Agrícola – gestão hídrica, reuniram mais de 200 produtores rurais de todo o Rio Grande do Sul, durante dois dias, quarta e quinta-feira, no parque Morada do Sol, em Pelotas. “É a oportunidade em que recebemos os nossos clientes para trocar informações, gerar e mostrar resultados de experimentos e pesquisas”, explica um dos organizadores, Eduardo Muñoz, que se uniu aos parceiros Antônio da Luz e Antoniony Winkler a fim de levar conteúdos para que os produtores possam se preparar melhor, discutir os erros que ocorreram na safra passada e buscar maneiras de evitá-los na próxima, explica.

Segundo Muñoz, foram abordados além das culturas de arroz, soja e milho, questões relacionadas a drenagem, domínios de águas e suavização. “Estamos trabalhando numa prevenção para esse El niño que está se confirmando a cada mês e por isso, se trabalhou bastante a questão de macro-drenagem, ressalta.

Com a safra 2022/2023 concluída, os produtores se preparam agora para uma nova safra. A expectativa agora se volta para os recursos do Plano Safra 2023/2024, que devem ser anunciados pelo governo federal, na próxima terça-feira (27). “A expectativa é de que tenhamos recursos disponíveis e acessíveis”, ressalta. Segundo ele, as grandes dúvidas, além do valor a ser disponibilizado, é o quanto este volume de recursos vai durar e a questão dos juros.

Segundo Muñoz, a taxa Selic, parâmetro hoje para os juros está alta, em 13,75% – mantida pelo Copom e anunciada na última terça-feira (21) pelo Banco Central. “Precisamos de bastante recursos disponíveis e com juros mais acessíveis para que o produtor consiga adquirir os insumos à próxima safra”, salienta.

O produtor rural se tornou multissafras, com produção de carne, arroz, soja, milho e trigo, que também está entrando na região. “Ele acabou diversificando e tndo um leque de opções para comercialização bem maior, se tornou mais sustentável ao ter mais produtos para vender no momento mais apropriado para cada um”, salienta. O custo ainda é o principal limitante da produção: na safra passada, por exemplo, os fertilizantes subiram 300%, exemplifica.

Na cultura da soja, ele destaca uma produtividade recorde de 216 sacos – média do grupo, apesar de uma queda de 8% em relação à safra anterior por causa da estiagem. No arroz, a produtividade média do grupo obteve uma suba de 3%, diz. “Praticamente empatou este ano a soja para quem não fez venda no mercado futuro”, ressalta.

No entanto, a previsão para a próxima safra apesar da queda no preço do produto é de lucro superior, devido à queda ainda maior no custo de produção da oleaginosa. “A tendência de rentabilidade para a próxima safra é melhor do que a passada para quem não fez contrato”, salienta.

O milho, cultura que vem sendo introduzida na rotação com arroz e soja, as produtividades vêm surpreendendo os produtores. “Alcançamos no segundo e terceiro ano, resultados que o Norte do Estado levou de dez a 20 anos para obter”, diz. Por outro lado, o preço do grão não está atrativo, o que pode influenciar a projeção da área para o próximo período. “Trata-se de uma ótima alternativa de rotação de culturas, mais uma commoditie para vender, mesmo com a alta produtividade, a rentabilidade é baixa”.

Mesmo sob cenários climáticos, econômicos ou políticos não favoráveis, Muñoz não vê desãnimo por parte do produtor. “O produtor tem que ser resiliente e manter a sua motivação sempre no seu nível mais alto, pois ele sabe que o Mundo precisa se alimentar e a sua missão é produzir este alimento”, finaliza.

A programação do último dia do encontro teve o Momento Abrindo a Porteira: Uma História de 51 Safras, com o produtor Carlos Alberto Iribarrem; a palestra Soja: Análise de Resultados e Projeções para a Próxima Safra, com Lucas Jackson e Paulo Osório e do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues sobre Perspectivas do Agronegócio Brasileiro.

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