Horticultura
Tomate é fonte de renda para mais de 350 famílias da região
3ª Festa Regional do Tomate celebra o produto e valoriza o trabalho dos produtores
Foto: Divulgação - Emater - Do fruto produzido na região por 90 a cem famílias, 70% é comercializado na Ceasa Pelotas
Depois do pêssego e do fumo, o tomate é o terceiro produto maior gerador de renda para o município de Canguçu, onde ocorre neste domingo (30), a 3ª edição da Festa Regional do Tomate, evento realizado pela Central de Abastecimento (Ceasa) Pelotas, no Centro Comunitário e Recreativo da Glória. A expectativa é receber entre três mil a 3,5 mil visitantes.
De acordo com o presidente da Ceasa, José Benemann, idealizador do evento, a localidade da Glória, distante apenas 300 metros da divisa com Pelotas, é a maior produtora do fruto nesta época do ano, o chamado tomate tardio. Outra safra ocorre entre os meses de novembro e dezembro, denominada colheita do cedo. "Além do arroz e do feijão, o tomate é o alimento que não pode faltar na mesa das famílias", ressalta.
Segundo ele, do fruto produzido na região, 70% é comercializado na Ceasa Pelotas, produzido por 90 a 100 famílias, em média, de Pelotas, Canguçu, Morro Redondo, Arroio do Padre e Turuçu. "É muito variável de acordo com a lucratividade da cultura, pois se for bem, outros produtores passam a plantar e se for mal, alguns desistem da cultura e se dedicam à outra atividade", diz.
A festa surgiu da necessidade de valorizar estes produtores e a qualidade do produto por eles cultivado, além de proporcionar entretenimento às famílias, evitando o êxodo do jovem rural, busca atrair a população a conhecer as belezas do interior, explica. Durante a festa, que inicia às 10h, haverá exposição e venda de produtos coloniais e é claro, de tomate. Serão premiados com troféu, os produtores do maior tomate (peso) e do de melhor qualidade, diz Benemann.
Produção regional e local
Com 155 hectares, 20 tipos diferentes e 230 produtores, Pelotas é o maior produtor de tomate da região. Canguçu, com área cultivada em torno de 40 hectares, possui em torno de 65 produtores, que cultivam o tomate gaúcho, longa vida e italiano, explica o extensionista da Emater de Canguçu, Samuel Rutz. "O principal mercado é Pelotas, mas atende o próprio município de Canguçu e esporadicamente outros municípios da região", ressalta.
O preço é variável e vai de R$ 40,00 a R$ 140,00 da noite para o dia e vice-versa, diz Rutz. A produtividade média gira em torno de 60 toneladas por hectare em geral, mas nesta safra, que está em andamento, a produtividade está melhor, e deve ficar em torno de 80 toneladas por hectare, diz. A produção esperada é de 3,5 mil toneladas.
Há unidades produtivas ainda, em Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Turuçu e Morro Redondo, dos tomates tipo cereja/grape, gaúcho, italiano e longa vida, no total de 71 produtores, área de 16,5 hectares e produção total de 535 toneladas, segundo a Emater Regional. Os dados são de 2020 e devem ser atualizados até o final de maio.
Colheita ultrapassa a 80%
O produtor Diovan Manke, com propriedade na localidade da Glória, 1º distrito de Canguçu, se dedica à atividade há 18 anos. Nas três últimas safras vem mantendo uma área de 1,5 hectares com os tomateiros. O carro-chefe é o longa vida com 70% da área cultivada com a variedade Coronel. O restante é dividido entre o italiano (Tinto) e o gaúcho (Flórida), explica.
Com um ciclo de 90 dias de colheita e 75 deles já concluídos, a expectativa é obter uma produção entre 90 e 100 toneladas, de 4,5 mil a cinco mil caixas, diz o produtor. Iniciada em 9 de fevereiro, a colheita na propriedade deve se estender ainda até o final de maio.
Associado à Ceasa em Pelotas, desde 2010, a produção é entregue semanalmente. O preço atual, segundo ele, de R$ 100,00 pela caixa de 20 quilos, está bem satisfatório. "O preço é instável e já cheguei a receber R$ 50,00 pela caixa do tomate de primeira", diz.
Programação da festa
A programação terá início às 10h, com exposições de produtos artesanais, coloniais, tomates e de empresas locais. A abertura oficial será às 11h. Ao meio-dia, terá para almoço com buffet ao preço de R$ 40,00 por pessoa e crianças de seis a 12 anos pagam a metade e pode ser encomendado pelo WhatsApp (53) 98123-3476.
De acordo com a produtora do evento, Angela Meiato Tavares, a entrada é de R$ 20,00 e dá direito a assistir a todas as atrações da festa, como o show da Banda Sul Brass, a partir das 14h, e Expresso da Vanera, às 17h30 e o baile de encerramento com a Paradoxo e o DJ Ju Martim. O estacionamento é gratuito.
A festa é itinerante e a primeira edição ocorreu na Colônia Grupeli, antes da pandemia, em 2019. A segunda edição foi realizada na Colônia Cristal em Pelotas, no ano passado, e neste ano, foi escolhido Canguçu por ter o maior número de produtores que vendem o fruto para a Ceasa em Pelotas.
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