Eleição municipal de 2024: tendência de continuidade ou mudança?

Na maior parte das pesquisas realizadas pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião, verifica-se que há uma tendência de mudança natural que está presente no desejo e no imaginário dos eleitores.

A investigação do fenômeno tem indicado que o conceito da tendência de mudança não está necessariamente associado à mudança do atual prefeito ou de seu grupo político. O eleitor está dizendo que precisa haver uma mudança na forma de governar.

O conceito de mudança está associado à percepção de que um governante precisa conhecer, com propriedade, as necessidades e as "dores" da população e ter a capacidade de apresentar soluções para a melhoria dos serviços públicos.

Os eleitores esperam que as secretarias municipais tenham metas a cumprir, utilizem a tecnologia disponível, sejam mais ágeis, menos burocratizadas e que atuem para melhorar a vida cotidiana da população, cuidando da cidade, dos bairros e das pessoas.
Em outras palavras, o eleitor está dizendo: "a principal mudança está no reposicionamento dos políticos, que precisam entender e respeitar a população!". "Não importa quem seja o Prefeito, importa que ele faça diferente, faça as coisas funcionarem e que ele cumpra o prometido".

Mudança, para o eleitor, é uma palavra que ecoa em sua alma. É uma palavra que motiva a sua esperança e dialoga com sua crítica ao funcionamento dos serviços públicos. Uma resposta à sua decepção com a política, com o desejo de superação de suas mazelas. Uma tentativa de diminuir a sua indignação.

O eleitor não está pedindo que se mude um político, mas que mude a prática política. O eleitor não está pedindo que se troque um partido, mas que se altere os conchavos partidários que beneficiam os próprios políticos. O eleitor não está indicando que mude um nome, mas que se ressignifique a gestão pública.

Há muito tempo, o eleitor pede uma mudança básica: que os gestores públicos façam funcionar o que não funciona, façam andar o que não anda.

A mudança que o eleitor deseja está associada a uma revisitação de como as coisas são feitas. O eleitor está dizendo que "gostaria que os velhos problemas tivessem novas soluções" ou melhor, tivessem efetivamente uma solução.

Entretanto, o eleitor não é bobo e sabe calcular custo versus benefícios, do seu jeito, é verdade, mas sabe!

Se a administração municipal de uma cidade está indo bem, se os serviços são entregues com qualidade, se há novos projetos em curso, se a cidade está sendo requalificada e existe uma visão de futuro, o eleitor olha para os nomes que estão promovendo a mudança e avalia as vantagens dessa troca.

Na prática, se o governo estiver indo bem e se as propostas dos adversários não forem consistentes, com uma forma mais eficiente de governar, a tendência de continuidade poderá prevalecer em detrimento à mudança.

Na atual conjuntura, o eleitor quer a mudança, mas teme que as possíveis mudanças resultem na troca de seis por meia dúzia. O eleitor sabe que como está não pode ficar, mas tem muita dúvida sobre a mudança desejada e sobre a viabilidade dessa mudança, fazendo com que as campanhas eleitorais de diversas cidades sejam muito competitivas.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Como as pesquisas podem prevenir o mau atendimento?

Próximo

A difícil vida dos jovens na era da informação

Deixe seu comentário