Uma manhã movimentada

O que deveria ter desdobramentos políticos já esperados, transformou-se em manhã longa e cheia de especulações na Câmara de Vereadores de Pelotas. O ponto principal foi a constatação da impossibilidade do vereador Marcos Ferreira (UB), em participar das comissões, já que a sua filiação não consta nos registros da Justiça Eleitoral. Ligações telefônicas para Porto Alegre determinaram a chegada de documento assinado pelo deputado estadual Dirceu Franciscon, vice-presidente do partido, confirmando a filiação. Na Mesa (foto), o vereador Marcola apresentava suas justificativas com o documento nas mãos, provocando expressões do presidente Cesinha (PSB). Até quarta, depois de assinar a ficha, enviar e publicar fotos, Marcola não estava filiado ao União Brasil.

SURPRESA
Primeira sessão da Câmara de Vereadores de Pelotas, quarta pela manhã, pode ser denominada de Kinder Ovo. Quando as atenções se voltavam para a definição dos nomes para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a novidade.

FORA
O ovo é quebrado e a informação de que o vereador Marcos Ferreira não estava oficialmente filiado ao União Brasil (UB). Com isso, não poderia participar de comissões, sem poder votar e ser votado.

ADRENALINA
Olhos arregalados, falas discretas, celulares acionados. Subiu a temperatura. Presidente Cesinha (PSB) fez a leitura das certidões dos registros eleitorais dos vereadores. O único em situação irregular na Justiça Eleitoral era Marcola.

TAMBÉM
Situação menos preocupante estava com o suplente do vereador Anderson Garcia (Podemos), Fagner Feijó. Ele é filiado ao PTB, partido de origem de Garcia. Como o PTB não tem bancada, não pode participar das comissões, mas pode votar em suas composições.

INTERPRETAÇÃO
Muitas são as leituras que podem ser feitas sobre o que aconteceu quarta-feira na Câmara. Primeiro, o presidente Cesinha avocou o Regimento Interno e, ao cumpri-lo, causou efeito em cascata, alertando os demais vereadores para a legalidade dos atos.

INTERPRETAÇÃO II
Segundo, as relações entre os vereadores seguirão com dificuldades pessoais e partidárias. A base aliada, no inicio da administração com 15/16 vereadores, conseguirá chegar aos 11 votos e, com muito boa vontade e articulação, 12.

POSIÇÕES
Quem nada falou foi o vereador Carlos Júnior (PSD), nome da base e do Executivo para presidir a CCJ. Vereador Michel Promove (PP), nome da oposição, também não falou, mas participou de muitas articulações e pequenas reuniões.

PLACAR
Após 6h53min de sessão, em função das várias suspensões, o vereador Carlos Júnior foi reeleito presidente da CCJ. Com votos do PT, PSD, UB (2) e PSDB. Michel Promove teve votos do PDT, PP, PSB e Cidadania. O PSOL absteve-se.

PLACAR II
Michel Promove foi eleito, após, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças (COF). Jone Soares (PSDB) era o outro nome. Michel recebeu votos do PSOL, PDT, PT, PP, PSB e Cidadania. Jone teve apoio do UB, PSDB e PSD, com uma abstenção do UB.

COMPORTAMENTO
Não foi uma e não foram duas as vezes em que o presidente Cesinha demonstrou irritação e descontentamento em relação ao que acontecia no plenário e fora dele. Suas expressões assim mostravam. Às 15h02min, afirmou: “Vou abrir e encerrar”. Silêncio e trabalhos engrenados às 15h09min.

COMPORTAMENTO II
Quem não estava com cara de bons amigos após as eleições era o vereador Michel Promove. Seu objetivo principal era presidir a CCJ. Levou a COF. Sua postura crítica a projetos do Executivo, especialmente em função às contrapartidas sociais de empreendimentos, deve ter pesado.

ENTENDA

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O que seria uma simples caminhada diária, transformou-se em problema para o vereador Anderson Garcia (Podemos). Nesta atividade ele torceu o joelho esquerdo. Com as constantes dores, exames médicos. Foi constatada fratura do osso subcondral no aspecto anteromedial do platô fibrial medial. Resultado: atestado médico pra afastamento das atividades e repouso absoluto por dez dias para que o joelho esquerdo (foto) inicie o processo de recuperação, para posterior cirurgia, se necessária.