Tributo
Uma charla para homenagear Luís Borges
Pesquisador simoneano e crítico literário, que morreu há cinco anos, tinha obra dedicada à literatura sul-riograndense
Acervo Eduardo Arriada - Especial DP - Borges ao lado de Vitor Ramil, um dos autores que ele e o professor Corrêa lembraram na obra Quatro por quatro
Nesta quinta-feira (10) o Instituto João Simões Lopes Neto abre a sala Carlos Reverbel para um evento em homenagem ao professor de Filosofia, Teologia e Literatura, crítico e historiador literário Luís Artur Borges Pereira (1963-2018), que morreu há cinco anos. Na mesa redonda intitulada Diga vancê: Uma charla sobre Luís Borges, os amigos e parceiros de pesquisas e projetos falam ao público sobre os diferentes aspectos do trabalho do pesquisador pelotense e a importância da sua obra, especialmente para a divulgação da literatura simoneana. O encontro está marcado para as 19h, na sede da entidade, rua Dom Pedro II, 810. A entrada é franca.
O professor doutor Eduardo Arriada, que mediará a conversa, explica que a homenagem surgiu de forma coletiva e contou com o apoio do presidente do IJSLN, Carlos Sica Diniz. Como convidados estão os professores doutores: Agemir Bavaresco, que vai falar sobre o Intelectual; Gilnei Oleiro Corrêa, que abordará O crítico literário, e Luís Rubira, responsável por abordar o aspecto cronista/poeta de Borges.
Além do bate-papo, a homenagem ainda apresenta ao público uma mostra de publicações feitas por Borges, como a série Diga Vancê. Esta coleção, que teve cinco volumes, era especialmente dedicada à recepção de obras sobre Simões.
A última edição destacou o escritor Januário Coelho da Costa. Um admirador da obra do regionalista, da Costa que chegou a assinar artigos e textos com o pseudônimo João do Sul, o mesmo de Simões, o que acabou confundindo alguns pesquisadores, Por este motivo Borges dedicou uma das publicações a ele.
"Fizemos uma pequena mostra expondo essa série e o volume quatro que acabou não saindo, temos o boneco. Também colocamos os livros de poesias do Luizinho, fotografias e alguns trabalhos acadêmicos", comenta Eduardo Arriada. Borges era mestre e doutor em Educação.
Núcleo de Estudos
O professor Gilnei Oleiro Corrêa conheceu Borges no antigo Cefet-RS, hoje Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul), foram colegas por anos e, a partir da convergência de trabalhos - Corrêa também pesquisa a literatura sul-riograndense, com foco na obra do músico Vitor Ramil - criaram o Núcleo de Estudos Literários. A iniciativa tinha o propósito de agrupar alunos que tivessem interesse na literatura produzida no Sul do Estado.
"Nós organizamos várias eventos, como por exemplo leituras de Simões Lopes Neto. E a partir daí sempre se escrevia alguma coisa", relembra Oleiro Corrêa. Depois do Núcleo surgiu o livro editado por ambos, Quatro por quatro. A obra reuniu quatro autores de Pelotas: Simões, Lobo da Costa, Aldyr Schlee e Vitor Ramil e quatro pesquisadores que abordaram a vida e obra de cada um deles. "O nosso encontro oficial como críticos literários se deu a partir do Núcleo e da produção desse trabalho."
Corrêa ainda escreveu um texto para uma das edições da Diga Vancê. "Pretendo conduzir a minha fala a partir de um relato desses encontros e vou levar pequenos textos do Luís, que eu posso apresentá-los e comentá-los. O objetivo maior é fazer essa homenagem pelos cinco anos da morte dele", diz. O pesquisador morreu no dia 1º de abril de 2018.
O professor descreve o amigo como um leitor muito atento. "Ele fazia as críticas com muita propriedade. Ainda tem muita coisa do trabalho do Luís para vir à tona, ele produziu muito e publicou dentro dos limites possíveis."
Escola na Sanga Funda
Coube ao professor Luís Rubira, da UFPel, abordar o cronista e poeta Luís Borges. Na sua fala Rubira pretende abordar, por exemplo, o que Luís Borges escreveu sobre Januário Coelho da Costa para o terceiro volume do Almanaque do Bicentenário de Pelotas.
Borges escreveu também para o primeiro volume do Almanaque, a convite de Rubira. "Quando fizemos o primeiro volume chamamos somente dois pesquisadores e o que abre o volume 1, pela sua importância, é justamente o Luisinho. Eu vou falar sobre o contexto desse convite e o que ele escreveu neste texto."
Em 2019 Luís Borges foi homenageado com um decreto do Legislativo, de 21 de agosto daquele ano, que deu a uma Educação Infantil do Município, situada na Sanga Funda, o nome de Luís Artur Borges Pereira. Para o professor Rubira seria interessante que professores dessa escola assistam ao bate-papo desta quinta-feira. "É uma forma deles conhecerem um pouco mais sobre a pessoa que dá nome à escola."
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