Programação

Cartas entre mãe e filha inspiram produções culturais

Exibição de filme e abertura de exposição integram as celebrações dos 40 anos do Museu da Baronesa

Jô Folha - DP - Taciana Kurz explica que cartas poderão ser lidas pelos visitantes

A troca de correspondências entre Amélia Hartley de Brito Antunes Maciel (1848-1919), a baronesa dos Três Serros, enquanto morava no Rio de Janeiro, e a filha mais velha Amélia Aníbal Antunes Maciel, conhecida como Sinhá, que residia em Pelotas, motiva duas ações culturais nesta sexta-feira. A primeira é a exibição do filme Entre Amélias, às 17h, na Casa de número 6 da praça Coronel Pedro Osório. O outro evento é a exposição Lendo o passado, escrevendo o futuro, que será inaugurada às 18h, na Casa 2, da praça, na sala Antonio Caringi da Secretaria de Cultura. Com entrada franca, ambos os eventos integram as comemorações dos 40 ano do Museu da Baronesa.

Com cerca de 40 minutos o filme dirigido por Fernando Marrera, que é egresso da UFPel, e produzido pela Anhangá Filmes joga luzes aos textos de 28 cartas trocadas entre mãe e filha, entre o final do século 19 e início do 20. O filme é um documentário que traz a fala de pesquisadores sobre a temática das cartas e da escrita epistolar e ilustrado com cenas ficcionais, que reconstituem o momento em que a baronesa escrevia para Sinhá, interpretadas, respectivamente, pelas atrizes Jane Lopes e Roberta Pires.

A diretora de set Nádia Burgel conta que as cenas que remontam à época dos acontecimentos foram gravadas em cenários reais de Pelotas, a Casa 6, onde o Museu está instalado provisoriamente, e um casarão na rua Gonçalves Chaves. "Foi todo produzido em Pelotas, por pelotenses é uma grande satisfação ter esse trabalho aqui, um riquíssimo trabalho que teve a contribuição de vários pesquisadores", fala.

O foco principal são as cartas, entretanto o documentário traz opiniões de pesquisadores que estudam a época, as relações políticas da família e a relação entre as Amélias. "O filme traça um cenário do momento em que elas se comunicavam", fala.

Preocupações comuns

Após a exibição do filme, será inaugurada a exposição Lendo o passado, escrevendo o futuro, com a curadoria da museóloga Taciana Casanova Kurz. Para o público foram selecionadas 28 cartas, das 150 catalogadas no acervo do Museu.

A seleção foi feita pela equipe do Museu, que dividida leu um grupo de correspondências e destacou as mais sensíveis. "Essa seleção foi feita de forma emotiva. São cartas que falam sobre o espiritismo da Baronesa, alguma questão política ou luto mesmo. A gente foi lendo e conforme foram tocando as nossas emoções, fomos selecionando", conta Taciana.

Para que o público conheça como era a letra das Amélias foram reproduzidos trechos dessa correspondência, mas para quem quiser ler na íntegra o material transcrito estará à disposição, inclusive em linguagem braile. Por este motivo serão deixadas cadeiras para os visitantes se sentirem à vontade para a leitura. "As cartas em braile foram transcritas pela Escola Louis braile", explica a museóloga. Além das cartas trocadas entre mãe e filha, estará exposta ainda uma direcionada pela Baronesa ao genro Lourival, marido de Sinhá.

Os escritos perfazem um período que vai de 1899 a 1918 e estarão expostos em ordem cronológica. Mãe e filha se comunicavam quase que semanalmente, dependendo da urgência do assunto, lembra a curadora.

Taciana diz que a correspondência apresenta a Baronesa como uma mulher que compartilhava dos mesmos sentimentos e preocupações comuns às mulheres que são mães. "As cartas mostram que ela tem preocupação com filha até mesmo em detalhes como o desejo de comprar um tecido para que a filha fizesse um vestido, preocupação com os netos, com o genro, com o bem-estar de todos. E tem questões financeiras também", antecipa a museóloga.

Serviço

O quê: exibição do filme Entre Amélias

Quando: sexta-feira (28), às 17h

Onde: praça Coronel Pedro Osório, 6

Entrada franca

O quê: exposição Lendo o passado, escrevendo o futuro

Quando: sexta-feira (28), às 18h

Onde: Sala Antonio Caringi, na Secretaria de Cultura, praça Coronel Pedro Osório, 2

Entrada franca


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