Artesanato

De uma rede de pesca para o mundo fashion

Associação Redeiras apresenta em desfile aberto na Colônia Z-3 um pouco da sua produção artesanal de acessórios

Carlos Queiroz - DP - Modelos fizeram oficina promovida pela Associação

Um desfile com peças artesanais criadas pela Associação das Artesãs Redeiras do Extremo Sul, iniciativa empreendedora surgida na Colônia Z3, leva ao público de forma gratuita o resultado de uma das ações do projeto (Re)Mar - Redeiras no Mês da Moda Artesanal, financiado pelo Procultura da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS). A proposta coloca na passarela dez jovens que participaram de oficinas de autocuidados, promovido com estes recursos, além das peças produzidas artesanalmente. O evento ocorrerá, neste sábado (11), às 11h, na praia do Junquinho, ao lado da Divineia Pequena, na Z3, com acesso gratuito.

Para este desfile foram preparados dez figurinos, criados pela designer Rejane Rosa, que serão associados aos acessórios produzidos pela Redeiras. Haverá captação de imagens durante o evento e o produto audiovisual, transformado em documentário e videoclipes, será usado na divulgação da Redeiras.

Com quase 20 anos de atuação, a Redeiras é formada por um grupo de artesãs que se dedicam à criação de coleções de biojoias, bolsas e outros acessórios utilizando o material que é parte do seu dia-a-dia, as redes de pesca. Atualmente, são nove mulheres que participam do grupo principal de artesãs, mas em torno de 30 famílias estão envolvidas no processo, desde o recolhimento das redes, limpeza e recorte das mesmas para a produção do fio, este sim, a estrela dos acessórios.

"Este processo hoje está totalmente terceirizado, são famílias da Colônia que fazem e nos entregam os fios prontos", explica Rosani Schiller, que está junto com as Redeiras desde o início em 2008, quando ainda era consultora do Sebrae-RS, órgão que auxiliou a associação inicialmente. Hoje Rosani atua como mais uma artesã do grupo, além de acumular as atividades administrativas. "Hoje eu sou uma Rendeira de corpo e alma."

Processo criativo


A criação das bolsas passa pela criatividade de uma designer, após os fios são tecidos em um tear, dando formato às peças. Na sequência elas são alinhavadas, antes de receberem o forro, só então recebem o tingimento. As últimas etapas envolvem a costura dos forros e alças. Somente alguns produtos específicos são tingidos antes, como os colares coloridos. "Esse trabalho hoje rende o salário de muita gente aqui na comunidade", fala Rosani.

Esse trabalho terceirizado é necessário, porque o grupo de artesãs não teria como se preocupar com o processo inicial. Consequência de uma demanda maior do que a produção. "Temos clientes de todo o Brasil, principalmente do nordeste, São Paulo e Rio de Janeiro, além de outras capitais e cidades menores, 90% da produção vai para lojistas", esclarece. Em Pelotas os produtos das Redeiras são encontrados na loja Artesanato da Costa Doce, no Mercado Central.

Além das bolsas, colares e pulseiras feitas de fios das redes de pesca, as Redeiras têm ainda as biojoias, feitas com escamas de peixe, mais especificamente de curvina, em prata.. De família de pescadores, a artesã Flávia Silveira Pinto é especialista neste delicado trabalho. "Não imaginava o alcance que a Redeiras iria ter quando iniciamos. Pela associação conheci estados e viajei pra locais que de outra forma não conseguiria", fala Flávia orgulhosa pelo sucesso do empreendimento que hoje exporta produtos até para a França.

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