Artes Visuais

Exposição evoca a gênese da produção artística

Coletiva da Galeria Cultural do IFSul reúne obras atuais das artistas Carla Borin, Francis Silva e Rejane Brayer

Fotos: Jô Folha - DP - Rejane (E), Francis e Carla levam ao público pinturas, desenhos e esculturas em diferentes materiais e suportes

Das sementes das plantas às nuvens de chuva que enchem os rios, as obras que as artistas Carla Borin, Francis Silva e Rejane Brayer apresentam na exposição Origens inspiram o visitante a refletir sobre o início das coisas. A coletiva, inaugurada na segunda-feira (10), é atração da Galeria Cultural do IFSul, iniciativa da Coordenadoria de Cultura, da Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal Sul-Rio Grandense. A visitação é gratuita e pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h, na rua Gonçalves Chaves, 3.218.

Essa é a sétima exposição deste espaço. De acordo com a coordenadora de Cultura, professora Sandra Camerini Vieira, a Galeria tem a função de democratizar o acesso à arte, além de fazer uma ponte entre o IFSul e a comunidade por meio da expressão artística.

Foi Sandra quem fez o convite à Francis Silva, que sugeriu uma coletiva. Na conversa sobre o título da exposição, o nome Origens surgiu como um fio condutor entre os trabalhos das três artistas. "Analisamos cada trabalho e como se construiu a linha de pensamento para essa exposição, na qual a curadoria é feita pelas próprias artistas, por isso imaginamos um tema que fosse global para as três", comenta Carla Borin.

Origens evoca o início, não só da criação, mas também da própria temática que elas queriam abordar. "Cada trabalho tem uma coisa legal que aponta para essa gênese", fala Francis. No texto de abertura a artista ainda: "O ato da criação é também um começo, um ponto de partida. Então, como trabalhador(a) de ideias, o/a artista rasga o tempo produzindo origens? Acreditamos que sim. Mas longe de pretender se aproximar do "texto sacro, o livro das origens" como o conhecemos.

A mostra de arte contemporânea apresenta pinturas, desenhos, objeto e esculturas em diferentes suportes e materiais. Obras feitas este ano, algumas são inéditas, são ancoradas em diferentes referências históricas, mitológicas e ambientais.

Diferentes caminhos

Francis Silva, artista natural de Santa Fé, no Rio Grande do Norte, e radicada em Pelotas, traz o desenho e a pintura ao refletir sobre o meio ambientes com seus rios voadores e as árvores secas. Por sua vez, Rejane Brayer, de Santa Vitória do Palmar, utiliza a escultura para percorrer dois caminhos, um deles é o da história de Pelotas, cidade que ela adotou, ao utilizar o sabão como material, lembrando a trajetória do local onde está inserida a exposição, a antiga Fábrica Lang.

O outro percurso criado pela artista leva o visitante à problemática vivida pelas florestas com as suas mini árvores de cerâmica. "A ideia principal é o jardim profano, o pecado original, a questão religiosa e também a questão ambiental, que vem costurando com o passado, o presente e o futuro", comenta Rejane.

Carla Borin, gaúcha de Santa Maria, usa a pintura para criar desenhos coloridos e disformes, os quais ela chama de "manchas", vistas também como processos de formação. "Eu trabalho com as paredes descascadas, o mofo que também são processos em transformação e formação aqui em Pelotas. Quis fazer essas pinturas porque elas não ficam prontas em um primeiro momento, elas levam dias se transformando, a obra vai se formando através do tempo", relata.

A proposta ainda tem um objeto feito em parceria entre Rejane e Francis. A inspiração é a mitológica cornucópia, um chifre em forma de vaso, símbolo da fertilidade, da riqueza e abundância. A obra das artistas jorra sementes de flores e frutas, que podem ser levadas para casa pelos visitantes. "É como se fosse um útero com seus óvulos, significando a fertilidade. O útero e a semente falam sobre a volta à origem", fala Rejane.

Serviço
O quê: exposição coletiva Origens
Quando: visitação até o dia 10 de agosto
Onde: Galeria do IFSul, rua Gonçalves Chaves, 3.218
Visitação: de segunda a sexta, das 14h às 17h
Entrada franca


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