Educação
Projeto de educação patrimonial enfoca Centro Histórico
Proposta audiovisual intitulada Fachadas contam Histórias vai disponibilizar dez vídeos no Instagram até o final do ano
Foto: Divulgação - Projeto já começou a ser colocado em prática
A arquiteta Clarissa Neutzling e a engenheira Civil Carina Farias Ferreira, sócias da empresa Abra Patrimônio, estão unidas também para levar ao público educação patrimonial de forma gratuita. A iniciativa, intitulada Fachadas contam Histórias, tem disponibilizado vídeos curtos no perfil @abra_arquitetura no Instagram, nos quais as empresárias contam um pouco sobre a história das construções que compõem o conjunto arquitetônico do Centro Histórico de Pelotas, reconhecido como patrimônio do país, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A proposta audiovisual começou a ser publicada este mês, sempre aos sábados. Até agora foram focalizados o prédio do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, da Universidade Federal de Pelotas (Malg/UFPel), a sede da Bibliotheca Pública Pelotense e da Secretaria Municipal de Cultura (Secult-Pel), instalada no Casarão 2 da praça Coronel Pedro Osório. A ideia é levar conhecimentos sobre a história e arquitetura de cada um dos imóveis apresentados nos vídeos. Desde dados como a data da construção, passando por detalhes sobre as aberturas e ornamentos, entre outros.
Clarissa comenta que a ideia surgiu quando elas notaram que, mesmo Pelotas sendo um nicho de patrimônio edificado, muitas pessoas desconhecem o porquê desta deferência.
Além dos três vídeos publicados, as sócias prometem mais dois neste mês, um deles sai neste sábado e as próximas fachadas enfocadas serão dos Casarões 6 e 8, onde funciona o Museu do Doce.
A partir de agosto o ritmo das publicações vai ser um pouco mais lento, com um reels lançado por mês. "Em janeiro vamos voltar com outra série, que será focada em outra parte da cidade, já temos roteiro pronto. Aí os posts vão continuar semanalmente", antecipa Carina.
Como o escritório trabalha com patrimônio e as profissionais também atuam em projetos de reformas residenciais, tanto Carina, quanto Clarissa sentem que mesmo seus clientes, proprietários de imóveis inventariados desconhecem detalhes e características que torna esses prédios especiais para a história local. "A gente notava que, mesmo intervindo, os proprietários precisavam entender qual o grau de preservação da casa que precisa ser reformada. Foi então que pensamos que precisávamos focar nessa área de educação patrimonial", fala Carina.
"As pessoas caminham pelo Centro Histórico, mas elas não param para ver ou entender o significado daqueles ornamentos, porque eles estão ali. Porque uma casa é diferente da outra. Quem sabe um pouco mais diz que a casa é do estilo eclético. De onde veio essa inspiração?" argumenta Clarissa. "Se as pessoas entenderem o que significa, vão entender o porquê preservar", completa Carina.
Clarissa comenta que entende o motivo do pouco conhecimento sobre o tema, mesmo ele não sendo novo. "Não é fácil, envolve todo um conteúdo histórico e arquitetônico e conhecimentos técnicos. E as próprias pessoas que têm bem inventariados muitas vezes não entendem."
Caminhada
Atualmente ambas fazem uma segunda graduação no curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais da UFPel, o que proporcionou a criação de um projeto que leva os participantes a uma caminhada pelo entorno da praça Coronel Pedro Osório. A proposta ocorre em parceria com o Programa de Educação Tutorial (PET), com a tutoria da professora Andréa Bachiettini.
A primeira ação aconteceu na semana dos Museus da Universidade, em maio, a próxima está marcada para o dia 18 de agosto, às 15h, dentro da programação do Dia do Patrimônio. "Durante a caminhada falamos das fachadas e dessa história que as fachadas contam." O passeio é aberto a toda comunidade, mas para o próximo encontro ainda não foram abertas as inscrições, o que deve ocorrer em breve.
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