Na rua, os consumidores usam mangas curtas e vestidos leves, mostrando que as temperaturas elevadas dos últimos dias não desagradam, há mais de um mês do começo do Outono no Hemisfério Sul. Nas vitrines da maioria das lojas, produtos de lã ocupam o lugar do vestuário das estações anteriores. Poucas delas ainda dividem espaço com a moda que chega para os próximos meses, de clima mais frio.

Com baixo estoque de mercadorias de verão, os lojistas reclamam que as vendas estão baixas para as de inverno. As sobras dos dias de calor ficarão para o próximo ano, diz o gerente Rodrigo Mendes. Essas sobras não passam de 20%. “Isso é quase nada”, avalia, justificando que os dias quentes se estenderam mais que em anos anteriores.

Quando se trata das mercadorias para o período de temperaturas mais baixas, Mendes conta que os clientes olham, pesquisam os preços e ficam de voltar. Jeans e moletons é que são mais vendidos. Para a doméstica Daniela Valadão, moradora no Areal, a hora é de comprar roupas mais leves. “Os blusões mais grossos, não”, explica.

Em lojas de departamentos, principalmente as filiais de redes varejistas do País, ainda é possível encontrar algumas peças de roupas e calçados das duas estações anteriores - muitas delas em expositores especiais, as araras com descontos nos preços, que costumam atrair os clientes.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) de Pelotas, Renzo Antonioli, o momento é muito difícil para os varejistas, que enfrentam um período de “contração” nas vendas, o que significa que elas estão muito baixas.

“Assim fica difícil”, concorda Antonioli. As mercadorias já chegaram no final de fevereiro e início de março e no final de abril e começo de maio, devem ser efetuados os pagamentos pelos produtos, que continuam nas prateleiras das lojas, diz.