Ciência

Como a fisiologia direciona o trabalho da comissão técnica do Brasil

Uso de dispositivos como GPS e frequencímetro, por exemplo, permite o controle da intensidade das atividades

Foto: Italo Santos - Especial - DP - Xavante, do lateral-direito Danilo Guimarães (foto), faz pré-temporada desde o último dia 21

A pré-temporada do Brasil avança com base, entre outros fatores, na fisiologia do esporte e do exercício. Dispositivos como GPS e frequencímetro, por exemplo, fornecem uma série de métricas sobre a performance física dos atletas e guiam a tomada de decisões da comissão técnica. 

Em dezembro, o grupo de profissionais ganhou o reforço de Rafael Duquia, que chegou ao Bento Freitas para cumprir a função de fisiologista e atuar diretamente ao lado do preparador físico Lincoln Bender. Ao Diário Popular, ele cita o planejamento das cargas dos treinos em curto e longo prazo como uma de suas principais atribuições. 

“A gente pensa em todo o calendário da temporada, o macrociclo, e vai reduzindo para microciclos, que é o que a gente vai fazer durante a semana. A gente tenta basear a semana de treino conforme o jogo, e a partir disso se distribui as cargas para cada dia e cada sessão”, resume o pelotense Duquia, que acumula experiência prévia em clubes de futsal do Brasil, da Europa e da Ásia.

Rafael Duquia é o fisiologista do clube. Foto: Italo Santos - Especial - DP


Na prática

Força, potência e resistência estão entre as valências priorizadas. O fisiologista explica: quanto mais tempo falta para o próximo jogo, maiores são a intensidade e o volume das atividades. A tecnologia ajuda nisso, a partir das informações coletadas pelos dispositivos nos quais a comissão xavante investe. 

“O GPS me dá todas as métricas de carga externa: distância percorrida, média de trabalho feito por minuto, número de sprints feitos, velocidade máxima… Tenho todas essas variáveis físicas para saber como está o desempenho do atleta e do time em geral”, completa Duquia. 

Sobre o frequencímetro, ele dá uma demonstração técnica. “Daqui a pouco tenho que cobrar o atleta. A gente precisa, por exemplo, alcançar a zona 5 da frequência cardíaca dele durante um período maior. Então a gente vai lá e tenta estimular esse jogador para que ele tenha mais ações durante o treino”, diz. 

Mas esse processo não depende apenas do âmbito científico. Rafael afirma que o atleta também cumpre papel importante, relatando sua resposta aos estímulos recebidos. Qualidade do sono e possíveis dores também afetam o planejamento da comissão técnica, e a sequência do trabalho pode sofrer alterações de acordo com essas variáveis.

Conexão com a parte tática

Duquia precisou se adaptar à metodologia de trabalho de Fabiano Daitx e Lincoln Bender, já que a dupla tem longa parceria no futebol. Principal figura da comissão, o treinador do Brasil participa da montagem do cronograma de treinos e, portanto, os conceitos táticos não ficam desconectados do aspecto físico. 

“Por exemplo, em um treino de velocidade, a gente quer trabalhar velocidade. Então é um bom dia para trabalhar transição, contra-ataque. A gente sempre tenta trazer a parte física junto com a parte do tático-técnico. [...] Isso não nos dá nenhuma garantia de que o atleta não vá se lesionar ou de que o time vai estar voando fisicamente, mas nos aproxima muito de chegar ao sucesso que a gente quer”, fala o fisiologista.

Conceito

No livro Fisiologia do Esporte e do Exercício, os autores Jack Wilmore e David Costill resumem essa área do conhecimento: “estuda como o organismo se adapta fisiologicamente ao estresse agudo do exercício físico e ao estresse crônico do treinamento físico”.

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