Febre
Futevôlei se firma e ganha cada vez mais praticantes na cidade
Número recorde de inscritos no Circuito Pelotense resume o crescimento da modalidade
Foto: Italo Santos - Especial - DP - Uma das técnicas mais complexas e eficientes é o chamado shark attack, que o professor Bruno Rangel faz na foto
A onda dos esportes praticados sobre a areia também transformou o futevôlei em uma modalidade cada vez mais comum na cidade. A quantidade crescente de inscritos no Circuito Pelotense, cuja última etapa deste ano registrou 80 duplas nas seis categorias, corrobora os relatos de quem acrescentou essa atividade à rotina, independentemente do objetivo pessoal.
Praticante do futevôlei há 12 anos, Bruno Rangel hoje é professor da modalidade. Organizador do circuito, ele conta que o terceiro e último evento de 2023 teve recorde de presença feminina - 17 mulheres participaram, um aumento de mil por cento em relação à edição anterior. “É um projeto que venho trabalhando há sete anos. A ideia é que ninguém se frustre com a prática, e sim que saia satisfeito”, diz, ao receber a reportagem no Bosque Complexo Esportivo, em Pelotas.
Para ele, vários atributos tornam a atividade atrativa. “É divertido. A função do pé na areia tem outra vibe. Tem vários benefícios físicos. Gasta bastante caloria, então para quem busca perda de peso, melhora de condicionamento físico, é excelente. É um esporte com baixo índice de lesão. Não tem contato físico”, enumera.

Fundamentos e dificuldade
O futevôlei é um esporte de movimentos mecanizados, trabalhados de forma repetida durante as aulas. A prática envolve basicamente os mesmos três atos do vôlei de praia: recepção do saque, levantamento e ataque. Para isso se trabalha ações com o peito, o ombro, a cabeça e os pés.
Ricardo Becker é aluno de Bruno Rangel e passou a jogar futevôlei com maior frequência a partir do início da pandemia. Aos 42 anos, ele compara o esporte ao futebol e considera a recuperação muito mais rápida. “Aqui, independentemente da intensidade, consigo jogar todos os dias. É tranquilo, bom e prazeroso porque é difícil. Quanto mais tu aprende, tu vê que precisa de mais e mais”, fala.
Apesar da semelhança de alguns movimentos com os do futebol, se engana quem pensa que essa “transição” é simples. “No futevôlei é diferente, o fundamento principal é botar para cima a bola. É melhor começar do zero. O fundamento da chapa parece fácil, mas é incrivelmente difícil. Treinar o fundamento faz toda a diferença na hora do jogo”, complementa Ricardo.
Uma das técnicas mais complexas e eficientes, por exemplo, é o chamado shark attack. O responsável pela criação e nomenclatura do movimento foi o renomado Léo Tubarão, uma das principais figuras do futevôlei nacional.

Sobra margem para mais crescimento
Dentro do cenário de consolidação do futevôlei na região, são vários os motivos para os iniciantes. “Devo receber por dia uns cinco, seis directs [no Instagram] de gente nova. ‘Como funciona a aula?’ ‘Tenho vergonha porque não sei jogar’. ‘Posso fazer uma aula?’”, conta Bruno. Recentemente, o professor passou a dar aulas para Manuela Silveira, a influenciadora digital Manu Por Aí, que resolveu conhecer o esporte por incentivo do namorado.
“Comecei a cansar da musculação. Parei de fazer exercícios físicos, comecei a engordar, ficar sem energia. Mas não tinha habilidade nenhuma. Gostava muito de vôlei e pensei que poderia ser interessante. No primeiro mês eu era horrível, pensei em desistir. Sinto que me ajuda em questões de desenvolvimento pessoal, tanto em termos de habilidades esportivas, coordenação e condicionamento físico, quanto em autoestima”, conta Manuela.
Uma das razões citadas por Bruno e Ricardo para a modalidade não se espalhar ainda mais rápido é a falta de espaços públicos voltados a ela. Na praia do Laranjal, por exemplo, o vento atrapalha. Outro fator envolve a visibilidade midiática. “É difícil arrumar apoio das empresas, é um esporte que ainda não está 100% difundido na região. Muita gente nem faz ideia do que é. Hoje a gente vive a melhor fase do esporte, mas não é metade do que é o beach tennis”, compara o professor.
Regras
A rede mede 2,20 metros. A pontuação vai até 18, em um único set, em fases classificatórias - grupos ou mata-matas - de torneios. Nas finais, é feita uma melhor de três sets, e o tie break, se necessário, termina em 15 pontos.
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