Agendada para este fim de semana, a 86ª edição do Grande Prêmio Princesa do Sul tem ingredientes suficientes para ser inesquecível: um campeão em busca de redenção; um cavalo vencedor na capital correndo atrás da consagração; uma joqueta disposta a escrever seu nome na história; um jóquei multicampeão à procura de uma taça única; e um treinador que tenta um tricampeonato inédito.

Após vencer a edição passada, Ghost Breakers, de José Davi Barbosa, enfrentou uma queda de rendimento e passou a experimentar altos e baixos. Sem ganhar desde julho do ano passado, tem gerado dúvidas sobre a capacidade de igualar o feito inédito do lendário Let Me Free, de Rafael Trindade, único cavalo a vencer duas vezes o GP Princesa do Sul. 

“Estamos tentando reanimá-lo, pois ele vem mal, mas estamos trabalhando para que consiga fazer uma apresentação melhor. Ele pode estar sentindo a idade, pois fez nove anos, mas estamos mobilizados para conseguir esse bicampeonato”, diz o treinador Roberson Teixeira, que aposta na experiência do jóquei tricampeão da prova, Claudinei Farias, para conduzir sua estrela ao feito histórico.

Para atingir seu objetivo, o campeão tem de superar uma turma de peso que inclui Olimac e Honest Bird, do Stud Kategoria; Olimpic Justin, do Stud Happy Again; Ces’t Possible, de Fabiano Marimon; Magnicídio, do Haras Cinco Irmãos; Trick Step, de Duílio Berleze; e Fera do Manno, do Stud Lobão de Pelotas. 

“É uma das provas mais equilibradas dos últimos anos e, certamente, será disputada palmo a palmo, deixando o público sem respirar até o último instante”, projeta o narrador e comentarista de turfe Juliano Barbosa.

Feras à solta

Depois de terminar o GP Princesa do Sul de 2023 em quinto lugar, Fera do Manno – agora pertencente ao Stud Lobão de Pelotas – empilhou vitórias em clássicos disputados em Porto Alegre, entre os quais o GP Protetora do Turfe, a segunda prova mais importante do calendário gaúcho.

E é nesse embalo que desembarca em Pelotas, nesta sexta-feira, em busca da consagração. “Estamos otimistas com o desempenho dele e a estratégia montada para este ano, mas carreira é carreira e só vamos saber o que pode acontecer quando for dada a largada”, diz o proprietário, Giovani Gonçalves.

Quem também entra na pista para tentar marcar seu nome na história do turfe pelotense é a joqueta Josiane Marques. No clássico deste domingo, Josiane, que tem 17 vitórias na temporada em Porto Alegre e seis em Pelotas, conduzirá Olimac, do Stud Kategoria, campeão da corrida preparatória e natural favorito para levar o prêmio de R$ 20 mil.

“É uma grande responsabilidade representar essa farda e todas as mulheres nessa corrida tão tradicional e importante. Espero estar à altura”, diz Josiane. Tanto quanto a expectativa do proprietário e da torcida feminina, a jovem joqueta de apenas 23 anos carrega o peso de garantir ao treinador João Ribeiro um tricampeonato inédito no GP.

Duas vezes campeão com Let Me Free, J. Ribeiro deposita em Olimac a certeza da vitória. “Ele está pronto e se correr o que sabe é imbatível. Estou confiante no tricampeonato”, declara. 

O craque “importado”

O gaúcho radicado em São Paulo, Marcus Ribeiro, 33 anos, montará C’est Possible e é uma atração do domingo. Campeão do GP São Paulo, do GP Ciudad de Montevideo e da Estatística do Jockey Club de SP em 2023, M. Ribeiro chega como um dos principais jóqueis em atividade no Brasil e desembarca em Pelotas atrás de uma taça que considera única. 

“Comecei aos 14 anos disputando retas pelo interior do Rio Grande do Sul e sempre ouvi falar do GP Princesa do Sul, no quanto essa prova é difícil e como é importante. Sempre quis participar e montar em Pelotas, agora chegou a hora e vou dar o meu melhor, com fé na vitória”, conta.