O técnico Rogério Zimmermann deu mais uma forte entrevista, na véspera da viagem da equipe para São Leopoldo. Nesta sexta-feira (23), o técnico afirmou que o salário de abril atrasou e que no mês de maio o elenco só recebeu até o momento 30% do valor total.

Rogério fez questão de relembrar o jogo de domingo para elogiar os jogadores, que para ele mostraram muito profissionalismo em campo mesmo sem a direção ter cumprido o combinado. Ele citou o exemplo do zagueiro Rafael Dumas, que machucado fez questão de concentrar e ficar no banco de reservas contra o Camboriú. RZ também elogiou o torcedor xavante, que reconheceu o esforço do time ao aplaudir após o apito final mesmo sem vencer.

Sem estar com salários em dia e sem um campo de treinamento, RZ deixa claros os motivos pelos quais ainda não saiu do clube. “Eu não saio porque a situação é um pouco diferente [em comparação com 2019]. Primeiro porque junto com o Luis Fernando [Hannecker, gerente de futebol] eu fiz um grande esforço para trazer estes atletas pra cá. Não seria justo eu sair e deixar eles aqui. [...] Eu não saio pelos atletas e não saio pelo torcedor. Porque é um momento difícil que o clube está passando. Talvez minha permanência possa ajudar de alguma forma. Em outro momento eu sairia. Não foram cumpridas as coisas que combinaram comigo”, desabafou o técnico.

O Brasil ainda terá cinco jogos até o fim da participação na primeira fase da Série D. Caso o Rubro-Negro não classifique, essas devem ser as últimas partidas da quinta passagem de Zimmermann no comando do clube. O próprio treinador confirmou que não deve seguir, mesmo conquistando o acesso para a Série C, e cita o atraso de salários ainda em abril como um dos motivos. “Há uma grande possibilidade sim, de independente do resultado, sair. Quando foram me buscar em Porto Alegre eu disse que não queria passar por algumas situações novamente. Eu quero ser treinador, não quero administrar vestiário. E está se repetindo muito cedo. O atraso não é de maio, atrasou em abril também”, afirmou RZ.

Rogério Zimmermann destacou também que quando foi contratado garantiram que os valores da folha salarial estavam assegurados, sem contar com possíveis valores da Copa do Brasil após passar de duas fases. “A Copa do Brasil gerou muito dinheiro que não estava previsto. Só que pra pagar abril precisou, então as vezes você tem que colocar algumas coisas até em defesa dos atletas. […] A gente espera que as pessoas que vão assumir o clube vejam onde está o dinheiro. Foi dito por quem comandava o clube que tinha dinheiro para pagar o mês de maio. Então o dinheiro saiu da CBF e caiu na conta do Brasil”, disse.

O técnico rubro-negro citou que o básico seria ter um lugar para treinar, salário em dia, moradia para os atletas e alimentação. A partir de abril, depois do Campeonato Gaúcho, o Xavante perdeu o local de treinamento por falta de pagamento, o salário atrasou e a moradia passou a ser paga pelos próprios jogadores em uma atualização do contrato. Apesar de todos os problemas, Rogério garante estar motivado para a sequência da temporada. “Estou super motivado, o meu jogador está super motivado. Uma dificuldade aqui, ali, é uma coisa, mas tem várias outras coisas boas no Brasil. O jogador que jogou contra a Ponte Preta e Atlético Mineiro com estádio lotado, jogador que foi aplaudido agora no final do jogo. Ele gosta demais do clube, esse grupo gosta demais. […] O torcedor tem que saber que o jogador adora o Brasil, adora a cidade, adora o clube, adora a torcida”, afirmou. 

O Brasil volta a campo neste domingo contra o Aimoré, às 16h, no estádio Cristo Rei, em São Leopoldo, pela 10ª rodada do grupo A8 da Série D.