Avaliação

38% das crianças de 6 e 7 anos estão acima do peso

É um dos dados preliminares da Coorte 2015, que ainda precisa encontrar em torno de 1,4 mil famílias, para a gurizada realizar novo acompanhamento

A porcentagem de crianças na faixa de sobrepeso ou obesidade chama a atenção de pesquisadores do Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel): 38% dos pequenos de seis e sete anos estão acima do peso; 20% estão classificados como obesos. E a situação é mais preocupante entre meninos. O alerta faz parte de dados preliminares já identificados pelo novo acompanhamento da Coorte 2015. O acesso à gurizada, entretanto, não tem deslanchado. Em mais de seis meses de buscas, as equipes tiveram contato com cerca de 2,8 mil famílias. Outras 1,4 mil ainda precisam ser encontradas ou dizer sim à nova etapa, para que o estudo - iniciado durante a gestação - possa ter mais um ciclo concluído.

Contatos com escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão entre as próximas estratégias para tentar achar os nascidos em 2015. A busca por telefone, pelas redes sociais das mães e direto nos endereços das famílias são possibilidades que vêm sendo adotadas, mas não têm sido o suficiente. “Chegamos em um ponto que ou não estamos conseguindo encontrar as pessoas porque muitas se mudaram durante a pandemia, ou temos enfrentado a resistência delas em participar”, afirma um dos coordenadores, Marlos Rodrigues Domingues.

Detalhe: ao passar pelos acompanhamentos da Coorte, a família não está colaborando apenas com aquele estudo específico. Esta já é a quarta Coorte iniciada pelo Centro de Epidemiologia – existem as de 1982, 1993, 2004 e 2015 –, o que permite traçar paralelos entre gerações e verificar diferentes aspectos da saúde da população ao longo do tempo – veja mais detalhes na página ao lado.

Atividade física e saúde mental em análise
Neste quinto reencontro, desde os nascimentos em 2015, as mães permanecem como foco da pesquisa, mas o alvo passa a estar mais direcionado aos filhos. Atividade física, comportamento sedentário e saúde mental – de ambos – estão entre os temas centrais. A exposição à violência também aparece entre os pontos de análise. Através de um pedaço de cabelo das crianças, agora com seis ou sete anos de idade, as equipes farão a medição de cortisol, que permitirá saber os níveis de estresse nos últimos três meses.

Outras duas coletas biológicas estão incluídas. Uma de sangue, através de uma picadinha na ponta do dedo, garantirá a verificação da exposição ao coronavírus; seja porque o pequeno esteve infectado ou tomou a vacina. Já a coleta de saliva ficará armazenada para montagem de um banco de dados de material genético. As análises dependem de envio ao exterior e ainda não há previsão de encaminhamento, já que dependem de fonte de financiamento. E o campo de pesquisa é vastíssimo - explica Domingues.

“Há diferença entre crianças que dormiam mal quando tinham três meses ou um ano de vida, em relação ao perfil genético quando chegaram aos seis anos?”, exemplifica. “O estresse no início de vida pode causar alguma mudança que se consegue perceber no ambiente genético?”, acrescenta o epidemiologista, entre tantas outras possibilidades de estudo para o futuro.

Este novo acompanhamento também incluirá temas como alimentação, vida escolar, principais doenças infantis, uso de medicamentos e serviços de saúde. Além de a mãe responder a longo questionário sobre rotina e hábitos da família, a gurizada realizará testes através de brincadeiras e jogos, que permitam observar o desenvolvimento neuromotor.

E se você não mora mais em Pelotas?
As equipes podem, inclusive, dirigir-se até as cidades da região onde a família vive hoje. Portanto, não deixe de participar!

É possível dividir a avaliação em dois momentos!
Os pesquisadores têm aberto possibilidades para tentar facilitar a participação da comunidade. Se preferir, a mãe pode deslocar-se ao Centro de Epidemiologia em dois momentos: responder o questionário, que é o carro-chefe do trabalho, e retornar outro dia para que o filho passe por avaliação nos aparelhos.
Detalhe: Há ajuda de custo para deslocamento e lanche à disposição.

Confira um dos resultados preliminares Avaliação de composição corporal
38% das crianças de 6-7 anos estão acima do peso, sendo que 20% estão classificadas como obesas. E o mais preocupante: na Coorte 2004, quando acompanhados aos 11 anos de idade, a obesidade era observada em 13% das crianças; valor que já era alto. Os resultados de agora, ainda que preliminares, indicam que com o passar dos anos este problema de saúde pode estar ocorrendo cada vez mais cedo.

Com o foco voltado à pandemia
Em coleta realizada de forma online, em 2021, com 2.083 famílias da Coorte 2015, 20% relataram grandes perdas financeiras durante a pandemia. Apesar de 60% terem recebido auxílio emergencial, 25% tiveram insegurança alimentar. Além disso, 42% das crianças relataram isolamento e ficaram em casa todo o dia. 29% não realizaram nenhuma atividade escolar no período. O levantamento também identificou outros dois pontos que merecem destaque: 43% das crianças indicaram ter medo da Covid-19 e 16% delas mencionaram medo da falta de comida.

Saiba mais da Coorte 2015
> Cerca de 4,2 mil crianças de Pelotas, nascidas em 2015, participam do estudo
> Esta foi a primeira vez em que a avaliação teve início ainda durante a gestação.
> Outros quatro acompanhamentos para analisar o desenvolvimento já ocorreram, com 3 meses, 1 ano, 2 anos e 4 anos

Participe: faça contato
Telefone fixo: (53) 3284-1308
WhatsApp: (53) 99900-7763 e 98429-0860
Redes sociais:
Instagram - @coorte2015
Facebook - facebook.com/coorte2015

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