Natal
550 pedidos para o Papai Noel
Em cartas, alunos da Escola Mário Meneghetti expressam sonhos e desejos de criança
Paulo Rossi -
O fim de ano está próximo, nas lojas já é possível encontrar artigos e decorações que remetem ao Natal. É também nessa época do ano que correntes de solidariedade se formam. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Mário Meneghetti, localizada no Getúlio Vargas, é um exemplo disso. Cerca de 550 crianças que estudam no educandário esperam ansiosas pelo mês de dezembro, sentimento movido pela esperança de, talvez, receber aquela boneca tão sonhada, um tênis novo ou até mesmo um pacote de arroz ou de feijão.
E qualquer um pode fazer a diferença na vida desses alunos ao assumir a figura do Papai Noel. No mês passado a escola se mobilizou e todos os alunos pintaram e escreveram cartas de Natal, disponibilizadas à população para serem adotadas por padrinhos. Nas frases curtas contendo apenas nome, turma, idade e as duas opções de presentes que os alunos gostariam ou necessitam ganhar, um símbolo se repetia: o desenho em formato de coração. Em diferentes pedidos, em alguns momentos no meio das palavras, já em outros complementando um ponto de exclamação, estava ele desenhado e pintado de vermelho, como se remetesse a um símbolo da esperança ou de solidariedade.
Pedidos, em sua grande maioria, simples. Uma aluna do 3º ano, de dez anos, deseja, por exemplo, material escolar. Já outro aluno da mesma idade, que cursa o quarto ano, gostaria de ganhar um tênis. Este é o segundo ano da iniciativa na Mário Meneghetti. Em 2015 histórias de quem pediu presentes para o irmão porque o pai estava no presídio ou ainda alimentos marcaram a mente da diretora Raquel Veiras.
Os professores e a direção da escola se empenham para encontrar padrinhos e também buscar os presentes com pessoas que ajudam, mas não têm condições de ir até o Getúlio Vargas. Amigos e familiares dos servidores são a maioria dos padrinhos, se sensibilizam com as histórias e formam a rede de solidariedade. Neste ano o projeto foi aberto também aos professores, que puderam fazer pedidos. Gabriele Tuchtenhagen, docente do 4° ano, em sua carta ressalta a necessidade de ações que motivem os alunos a estarem na sala de aula, afinal, o estudo é o único modo de enfrentarem a realidade carente em que muitos vivem, diz Gabriele.
Como ajudar
Grande parte das cartas dos alunos já foi apadrinhada - na última quinta-feira restavam apenas 20.
Interessados podem entrar em contato com a escola através da página do Facebook - www.facebook.com/Escola-Mário-Meneghetti-1448030688834979/.
Para quem não conseguir apadrinhar essas crianças através das cartas, mas ainda assim quiser ajudar, a escola possui dificuldade em levar os alunos para conhecer outras realidades, que não sejam a que eles estão inseridos no bairro. De acordo com a diretora Raquel, muitos, ao serem questionados quanto à cidade onde moram, respondem Getúlio Vargas no lugar de Pelotas. Com facilidade se encontram crianças que nunca foram, por exemplo, ao cinema ou no Centro Histórico. A ajuda da comunidade em conseguir locomoção e alternativas de passeios, portanto, seria uma vivência tão importante para o crescimento dessas crianças quanto algo material.
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