Retomada
Água recua significativamente em parte da orla do Laranjal
Diminuição motivou a visitação de lojas e imóveis pelos proprietários; no entanto, previsão para os próximos dias indica que o nível da Lagoa irá subir novamente
Foto: Jô Folha - DP - Diminuição motivou a circulação de moradores no Laranjal; no entanto, previsão para os próximos dias indica que o nível da Lagoa irá subir novamente
Com a baixa das águas em parte do Laranjal entre a sexta-feira (24) e este sábado (25), já é possível circular em algumas vias que antes estavam completamente inundadas. Apesar de alagamentos pontuais, o trajeto até a orla da praia no Balneário Santo Antônio pode ser feito pela avenida José Maria da Fontoura.
Da rótula Álvaro Piegas até a esquina com a rua Uruguaiana, a água recuou significativamente. Diante disso, moradores e lojistas aproveitaram a manhã de tempo seco para visitar e limpar seus imóveis. Porém, da rua Senador Joaquim Augusto Assunção até o trapiche, no Balneário Valverde, o volume de água represada continua grande.

Lama, galhos, vegetação e algas, esses foram os resquícios deixados nos locais onde a água recuou. A sujeira que veio da Lagoa dos Patos represou em grande quantidade no calçadão e nas paredes do shopping Mar de Dentro. Funcionários e lojistas estavam limpando os empreendimentos na esperança de que os alagamentos não voltem a ocorrer.
Leonice Nunes, proprietária de uma loja de roupas, disse que não teve perdas nas mercadorias porque seguiu as recomendações de evacuação da prefeitura e retirou os produtos antes de fechar o estabelecimento. “Fui bem precavida, no momento em que a Defesa Civil avisou, eu tirei tudo”, conta.

Mesmo sem móveis, dentro da loja, a limpeza teve que ser intensa, com diversos produtos para retirar o odor dos resíduos da água. “Tinha um cheiro forte, muito lodo e areia aqui dentro, estava tudo impregnado. Só esfregando para sair. Acredito que em outras lojas que têm móveis deve estar pior ainda”, comenta. Dentre placas de promoções e mostruários de vendas, dava para notar a marca que a inundação deixou nos empreendimentos em que os bens não foram retirados.
Mesmo sem os prejuízos causados por perdas de roupas, Leonice calcula que, nas três semanas em que está sem trabalhar, as perdas sejam de aproximadamente R$ 30 mil.
A comerciante, inclusive, estava na Serra gaúcha buscando mercadorias quando as enxurradas atingiram a região. Diante da situação, a esperança agora é que a água permaneça baixa e que a loja possa ser reaberta o mais breve possível.
“Foi uma semana antes do dias das mães, então fiz todo um estoque novo e fiz contas [para pagar]. O quanto antes puder abrir para tirar o mínimo possível para diminuir as despesas, melhor”, diz.
Entre os moradores que circulavam pela orla, de jardineiras e botas de borracha para verificar suas casas, estava Elma Aldrighi, moradora da rua Sarandi. Ela e a família estão há 20 dias fora de casa e há 12 sem visitar o imóvel.
“Diz que estava com a água pela cintura lá dentro, agora vão tentar entrar, levantamos tudo, mas podíamos ter levantado mais”, relata.
Para a aposentada, o melhor é ter esperança de que a água vai continuar baixando e aguardar a situação normalizar para contar os estragos. “Temos que confiar e fazer o que dar, se não der tem que esperar”.

Sanep
A diminuição dos alagamentos no Laranjal também foi essencial para que o Sanep pudesse entrar e realizar vistorias na região do dique e da casa de bombas do Pontal da Barra. A intenção é, ainda neste sábado (25), retomar a energia elétrica para colocar em funcionamento a casa de bombas e dar início à vazão das águas dos balneários.
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