Celebração
Devoção e fé para as protetoras das águas
A 92ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes e a 66ª Festa de Iemanjá levaram milhares de fiéis até o Laranjal
Foto: Jô Folha - Tradicional encontro das imagens foi celebrados pelos fiéis das duas religiões
Em um sinal de muito respeito e devoção, o encontro entre a Nossa Senhora dos Navegantes, a protetora dos pescadores para os católicos, com a mãe de todos os orixás, Iemanjá para os praticantes de cultos afro-brasileiros culminou com os festejos desta sexta-feira, dia 2 de fevereiro, feriado Municipal. A tradição do encontro das imagens reuniu centenas de pessoas no balneário dos Prazeres, e a procissão lacustre que terminou com uma missa e o retorno da santa para a Igreja do Porto.
As celebrações tiveram início no dia anterior, quando a imagem de Iemanjá saiu da Federação Sul-Riograndense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros em procissão noturna até os balneários Valverde e Santo Antônio, onde vários religiosos já esperam para assistir a travessia de barco que saiu da frente da rótula Jornalista Álvaro Piegas até a gruta, no balneário dos Prazeres, onde umbandistas aguardavam para a realização de gira de terreira.
Paralelamente, na Colônia de Pescadores Z-3, fiéis faziam novenas, enquanto moradores enfeitavam os barcos para a tradicional procissão. Pela manhã, às 7h30min, após a Oração do Santo Rosário, a Imagem da santa saiu em carreata até a colônia para a Solene Eucaristia. Quem foi até o local se emocionou com a recepção. Já os moradores oravam e pediam à santa para que a safra desse ano - que não deve ser boa, pois a Lagoa não salgou - possa ao menos garantir uma vida digna, com alimento na mesa das centenas de famílias do local.
Já no Barro Duro, não havia mais espaço no pequeno vão de areia entre as pedras e a lagoa para os religiosos se acomodarem e, assim, assistirem à saudação que ocorreu às 16h15min. Os que entraram na água para acompanhar a imagem da orixá, movimentaram a água como sinal de bênção. Quem ficou em terra, aplaudiu a passagem da Santa dos Pescadores, ecoando pontos e cantos à Iemanjá e aplaudindo. O momento de total respeito às religiões, os barcos, enfeitados de bandeiras em azul e branco, faziam voltas e cada um se aproximava da Iemanjá para que fiéis aplaudissem a celebração, o que gerou muita emoção aos espectadores.
"Venho todos os anos para fazer oferenda a Iemanjá. Eu tenho muita fé na orixá, pois tudo que peço a ela, eu alcanço", disse a professora Marilda Goularte Ribeiro, 54. Com dificuldades para caminhar, a aposentada Maria Regina Caleiro Soares, 80, lembra do tempo em que montavam acampamento para acompanhar os rituais durante a madrugada. Com o avançar da idade, ela não perdeu a fé e a vontade de homenagear a rainha do mar e a santa dos pescadores. "Iemanjá é uma mãe para gente. É um guia espiritual de muita luz e como precisamos de proteção para evoluir, ela nos dá", disse a devota.
Os dois eventos, assim com a 3ª homenagem à Iemanjá, no Quadrado e a 28ª Festa em homenagem à orixá, na Balsa, tiveram o apoio a infraestrutura da Prefeitura, além da segurança da Brigada Militar e Guarda Municipal.
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