Música
"Mais do que uma banda, uma paixão"
Banda do Colégio Gonzaga volta às ruas na primeira apresentação pública desde 2015
Carlos Queiroz -
O lema da Banda Musical do Colégio Gonzaga traduz o sentimento de todos que já passaram por ela. E a concepção do que é "mais do que uma banda, mas uma paixão" volta às ruas da cidade neste sábado (3). Na data em que o conjunto completa 64 anos e o primeiro dos três títulos do Campeonato Nacional de Bandas completa cinco décadas, a música ecoará, a partir das 11h, partindo da frente da escola, com 50 músicos.
A última apresentação pública foi em 2015. Apesar de nunca ter sido encerrada, a banda viveu períodos ociosos. Ia retornar de vez em 2020, mas com a pandemia, as pretensões foram adiadas. Agora, com a melhora da situação sanitária, os ensaios retornaram em março, sob a batuta do maestro Renato Vitória. Desde então, as agendas estão dedicadas aos ensaios, às terças e quintas-feiras. O último, nesta semana, contou com grande quantidade de pessoas assistindo, já na expectativa para a apresentação deste sábado - que contará com um elemento especial, mantido em segredo pela organização e que, segundo todos, irá emocionar os saudosistas e encantar quem ainda não teve a chance de presenciar a banda na rua.
O Diário Popular acompanhou as preparações finais. Na quinta-feira, o maestro Vitória chegou a confessar que tem perdido o sono durante a noite, tamanha a ansiedade para voltar às ruas. "Acordei às 5h e não dormi mais", comentou. Já Nedi Fernandes da Rosa, mor da banda, na qual ingressou em 1968 e participou dos três títulos nacionais, disse que a tensão é substituída também pela alegria de poder voltar à prática. Citando o lema, ele emocionou-se, ao destacar o papel que a música tem em sua vida.
A Banda do Gonzaga acaba sendo algo que vai de pai para filho. Luiz Roberto David, pífaro, também participante do tri nacional, ingressou no conjunto em 1970. Suas filhas também participaram. E, em breve, deverá ser a vez do neto. Para ele, a paixão só se compara à sentida pelo Brasil e Flamengo - brincando que tem, realmente, sangue 100% vermelho. Agora, chegam a faltar palavras para descrever a experiência de estar vivenciando, mais uma vez, a alegria de ver o alvirrubro ecoando por Pelotas.
Histórias que rendem um livro
Em poucos minutos, as histórias da banda acabam atropelando-se. Vão desde as quatro idas a São Paulo para o Campeonato Nacional de Bandas - foram três títulos consecutivos, em 1972, 1973 e 1975 (em 74 não houve o evento, devido a uma epidemia de meningite), e o hors concours em 1976, quando se apresentaram sem estar concorrendo e levaram para casa o troféu em definitivo. "Cara, tem muita história, passagens incríveis (...) renderia um livro", destaca Pedro Antonio Prietto, que toca saxofone. Ele entrou em 1979 na banda, ano em que as apresentações pararam, esteve no primeiro retorno, em 1995, e agora fará parte da nova formação.
O encantamento que a banda causou em tantos locais, que vão do Uruguai, lotando a famosa avenida 18 de Julio em Montevideo, a cidade de São Paulo, o Bento Freitas, a Expointer, inúmeros outros eventos em Pelotas e no Estado. Há ainda uma sonora vaia, sim, vaia, recebida quando a banda, toda de vermelho e branco, tocou no Estádio Olímpico Monumental, do Grêmio, em Porto Alegre. Mas logo, as vaias cessaram e o espetáculo ganhou até os tricolores, lembra o mor da banda, da Rosa.
A retomada
A adrenalina é total, afirma Carlos Armando Gadret, tarol da banda, na qual ingressou em 1978. A expectativa, agora, é seguir uma rotina de apresentações, somando cada vez mais membros ao grupo. Um dos mais jovens deles, Thiago Krüger, trompetista de 33 anos, ingressou quando tinha apenas dez e retornou agora. "É mais que um time, são 50 pessoas alinhadas. Na hora, sai um som só", ressalta, destacando o poder dos ensaios para definir os últimos detalhes.
O retorno à prática, em março, tinha o objetivo de ocorrer justamente neste sábado, pelo peso da data. Junto à direção do colégio, tudo foi organizado para atender às expectativas. Gadret garante que o público que acompanhar a caminhada irá sair encantado e emocionado com o retrospecto musical, que contará com os clássicos, como Love's Theme, de Barry White, Time, do Pink Floyd, 2001, da trilha sonora do filme homônimo, clássico do segundo título nacional, entre tantos outros. E um spoiler para as próximas apresentações: vêm músicas novas por aí!
Saiba como acompanhar
A concentração e largada ocorre na frente do Colégio Gonzaga, na praça José Bonifácio, 166. Segue, acompanhado por batedores da Secretaria de Transporte e Trânsito, até a esquina da Senador Mendonça com Andrade Neves, por onde continuará, com breve parada em frente às Lojas Marisa, parceira do retorno e onde estão expostos os uniformes clássicos da banda. Depois, o caminho é até o largo Edmar Fetter, parando, novamente, em frente à prefeitura, próximo ao meio-dia. Ali, a banda será recepcionada pelo vice-prefeito, Idemar Barz (PSDB). Na sequência, retorna pela rua 15 de Novembro, com parada na frente do Diário Popular e encerramento diante da escola.
Confira o trajeto
Mostra do projeto Graffiti Down é aberta ao público
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