Por Cíntia Piegas
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Com a previsão de início das aulas particulares na próxima segunda-feira, muitos pais estão em busca da imunização contra a Covid-19 para seus filhos como forma de proteção às variantes do coronavírus. Mas quem buscou pela dose específica para crianças nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Mercado Central de Pelotas nesta quinta-feira (9) não a encontrou. A Prefeitura diz que recebeu um lote na quarta e que nesta quinta estava em processo de distribuição. Já a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) informou não haver imunizante em falta, exceto a CoronaVac infantil.

Quem procurava o ponto de vacinação no Mercado Central durante a tarde desta quinta para aplicação de doses em crianças ouvia das atendentes que a Pfizer infantil está em falta há uma semana. A previsão é que na sexta-feira (10) o imunizante volte a ficar disponível. A situação desagradou Vera Lúcia Fonseca Cardoso, que saiu da UBS Lindóia até o Centro para colocar em dia a carteira de vacinação da filha, Marina Cardoso, de dez anos. "Não entendo essa falta de comunicação. Como o posto manda a gente pra cá, se aqui também não tem a vacina?", questionou.

Diego Sagas Azambuja, 39, aproveitou as férias dos filhos João Vitor, de nove anos, e Bruno, de 12, que moram no interior de Canguçu, para vaciná-los. Mas tiveram que voltar para casa e para a escola sem os imunizantes. "Quis aproveitar a passagem deles por aqui para deixar a carteira em dia, mas não será possível."

Distribuição

A Diretoria de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Pelotas explica que as vacinas destinadas ao público infantil foram entregues pelo governo do Estado na quarta-feira e que ontem começaram a ser distribuídas pelos pontos de vacinação. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diz aguardar apenas a remessa da CoronaVac, o que deve acontecer nos próximos dias. Entretanto, esse imunizante não tem sido repassado pelo Estado, conforme a titular da 3ª CRS, Cíntia Daniela. Segundo ela, todas as semanas são recebidos lotes. Cíntia ainda confirmou o envio de uma remessa a Pelotas na quarta-feira. Já a informação da diretora da Vigilância, Aline Machado, é de que o Município tem recebido as vacinas quinzenalmente.

Sobre as doses infantis, Cíntia diz que a aplicação é feita com a Pfizer. "Toda semana vem planilha para a 3° CRS do quantitativo disponível para cada município e o mesmo informa qual sua demanda de doses, sendo informado para Porto Alegre", afirma.
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Baixa procura

De acordo com a SMS, a procura pela imunização é baixa em Pelotas e a Prefeitura segue buscando estratégias para aumentar as coberturas. Sobre a informação de que estariam faltando vacinas para adultos, o setor de Vigilância explica que é levado em consideração que o frasco da vacina, depois de aberto, tem duração de 12 ou oito horas. Se acontecer situação na qual se sabe que o usuário não irá retornar outro dia, nesse caso o frasco será aberto, porque não se pode perder de vacinar. Mas em geral as equipes conseguem organizar a otimização dos frascos com a demanda.

"Organizamos a estratégia de aplicação para otimizar os frascos, o uso do imunizante e, também o quantitativo de vacinas recebidas para evitar desperdícios. Porém, sempre usamos o bom senso avaliando cada situação. Geralmente as pessoas entendem as orientações dos profissionais", argumenta Aline.

Difícil comunicação

Para agilizar a rotina do cidadão e das equipes de saúde das UBSs, há quem recorra à ligação telefonica para os locais para saber se a vacina está disponível. Mas a partir da informação de que algumas UBS estariam sem o imunizante, a reportagem ligou na manhã de ontem para as 32 unidades que ficam na zona urbana de Pelotas. Desse total, em metade o telefone chamou, mas não foi atendido.

Das nove em que foi possível contato, apenas duas informaram não ter vacinas para adultos no dia: no Laranjal, com previsão de normalização na segunda-feira, e no Cruzeiro, onde a geladeira está com defeito. Em três postos o número informado no site da Prefeitura consta como errado. Em outras quatro unidades, pelo sinal emitido, há indicação de problema na linha.

Bivalente chega ao Estado

Municípios gaúchos devem contar, a partir da próxima semana, com a vacina bivalente que imuniza contra a cepa original do coronavírus e a variante Ômicron, com dupla ação. Ontem, durante a chegada do primeiro lote ao RS, a secretária de Saúde Arita Bergmann ressaltou a importância de uma vacina nova, a exemplo do que ocorre com a gripe.

"A aplicação da bivalente é para o público que fez o esquema primário, ou seja, que fez a primeira e a segunda dose. Mas teremos grupos prioritários", explicou. A primeira fase de vacinação com o novo imunizante inclui quem tem 70 anos ou mais, pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e trabalhadores dessas instituições, imunocomprometidos, além de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.