Enchente

A esperança de voltar para casa

Dias no abrigo da AABB transformam a rotina de artesã

Foto: Volmer Perez - O tricô ajuda Giselda a passar as horas no abrigo

Em um dos abrigos mais movimentados de Pelotas, na AABB, com 49 famílias, a tarde desta terça-feira (14) foi de calmaria. Muitos aproveitaram o dia frio, mas ensolarado, para ir em suas casas para olhar como está a situação. Quem ficou, tinha a saúde fragilizada, não só a física, mas também emocional, e preferiram não conversar com a reportagem. Era a hora do lanche e uma pequena fila de mamadeiras se formou em frente ao micro-ondas. Já nos sanduíches estavam apostos para serem servidos. No local, uma voluntária fica ao lado da porta para evitar quaisquer transtornos.

Quem preferiu ficar no abrigo para adiantar seu tricô - peça artesã que vai complementar a renda além do Bolsa Família - é Giselda Porto Pereira, 59. Ela já perdeu uma casa em outra enchente e os dias na AABB - uma semana - são de pedidos a Deus para que a água não leva a que fica no final da Tiradentes, na Balsa (área que passou da cor vermelha para laranja, em alerta, na classificação de risco). Por ser apaixonada por Jornalismo, virou uma espécie de porta- voz dos abrigados. "Isso não é nada fácil. Tu não espera que vai acontecer contigo. Vê as notícias de Porto Alegre e não acredita que chegará aqui", desabafou.

Sua casa não foi invadida pela água, mas por morar sozinha, prefere seguir as orientações da Prefeitura. "Eu tive um tio que morreu assim em São Lourenço Sul. Imagina se a água vem na madrugada e eu sem ninguém", observou. Na AABB ela diz estar bem acomodada e recebe várias refeições que vem da Cozinha do Movimento Solidariedade Pelotas. "É tudo bem organizado. Tem médicos, enfermeiros, psicólogos e a minha vizinha. O problema é sair da minha rotina", comentou. Mas ela segue em frente na esperança que sua casa não seja saqueada e que um dia ela possa voltar ao lar de forma segura.

Orientação
Com a mudança do mapa, muitas pessoas estão retornando às casas para ver em que situação se encontram. A SAS mantém a assistência às pessoas e as que queiram voltar para a residência, em zona laranja ou amarela, obviamente são livres. "Registramos um documento somente de saída. Só estamos orientando que a zona laranja é de alerta, que fiquem atentos pois a situação pode mudar para vermelho novamente, e terão que sair de suas casas mais uma vez", adintou o secretário.

Importunação
A Guarda Municipal informou que nenhum registro foi feito após o único episódio em Pelotas, no sábado. O homem foi preso em flagrante por importunação. A pedido das autoridades, o local não foi divulgado.


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