Estilo Pet

A família vem primeiro

História de Kauã, cachorro que salvou sua dona de um incêndio, mostra que os instintos de proteção se estendem para além da espécie

Jô Folha -

O grande companheiro de Maria Gonçalves, 71, também foi seu anjo da guarda. No dia 26 de agosto, o vira-lata Kauã salvou a aposentada de um incêndio que consumiu a residência em que viviam, no balneário dos Prazeres, mas não teve tempo de sair do local e acabou morrendo. O cachorro latiu e conseguiu acordá-la antes que as chamas chegassem à cama.

Ainda abalada, Maria lembra com carinho de seu “guri”. O cão pertencia ao neto Davi Dias há nove anos, era parte da família e vivia dentro de casa, tendo até um berço no quarto de Davi. A aposentada relembra das conversas que tinha com Kauã, que sempre parecia responder aos carinhos.

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O neto adiciona que 20 dias antes do incêndio, Kauã teve uma forte pneumonia causada pelo frio e só continuou a viver graças aos esforços da família em curá-lo. Davi e a avó não lamentam as perdas materiais, mas sim a falta do animal. E depois de Kauã não se sentem preparados para ter outro cão.

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Para o especialista em comportamento canino, Roberto Mayer, os cachorros têm o instinto de viver em matilha e prezam a segurança do bando, por isso protegem seus donos. Normalmente eles tomam estas atitudes por ter grande afinidade com seus cuidadores e respeito pelos “líderes” da matilha (modo como enxergam os donos). Logo, sempre estão atentos ao que possa acontecer.

O episódio demonstra toda a dedicação do cão à família, afirma a professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Márcia Nobre, que estuda o comportamento animal. Assim como acontece entre humanos, existem variáveis que influenciam na relação de pets e donos. Para o cachorro, é construída através de trocas de atenção, carinho, tranquilidade e alimentação, ações que geram sensação de segurança e de confiabilidade. Por isso, ele reconhece a pessoa ou a família como sua e é capaz de arriscar a própria vida para salvá-los.

Os donos são sempre uma referência para eles, ressalta a professora, e toda vez que algo estranho surge, os instintos protetores se manifestam através de comportamentos diferentes da rotina, seja latindo, uivando, pulando ou arranhando portas. Outras espécies têm comportamento semelhante, mas o cão é extremamente ligado à família que está inserido, finaliza ela.

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