Posse
Ana Ilca assume direção do Foro
Juíza do Trabalho há 11 anos toma posse em ato interno e participa de mobilização em defesa do Judiciário e da Magistratura às 13h30min
Infocenter -
A juíza do Trabalho Ana Ilca Saalfeld toma posse nesta quinta-feira (30), em ato interno, como diretora do Foro local. No mesmo dia participa do ato público denonimado Um minuto de silêncio pela democracia, que acontece às 13h30min, em defesa do Judiciário, Ministério Público e Magistratura. A mobilização, que ocorre em todo o país, tem por local o saguão do Foro e serve de alerta "para o momento nacional gravíssimo."
Ana Ilca destaca que a luta é pela não extinção da Justiça do Trabalho, porque o Judiciário não pode se curvar a todas as mudanças que o Congresso Nacional quer fazer. "Se o juiz não puder expressar suas opiniões, tomar suas decisões, como fica?", indaga ela, que se entende por uma magistrada pró-ativa, que vai além dos simples processos. Enfatiza que os juízes são cobrados por números, mas diz se preocupar com o que existe por trás dos processos. "Têm vidas", fala.
O juiz do Trabalho, em sua visão, é um juiz social e não pode considerar que cada um é só mais processo: "E não importa quem é patrão ou empregado, o que queremos é fazer justiça", completa. Trata-se de uma responsabilidade muito grande tomar uma decisão por envolver partes que podem passar noites preocupadas com o processo, frisa, ao acrescentar que se preocupa com a coletividade.
Formada em Serviço Social pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), diz unir o direito com o social, até por formação. Criadora do Brechó Jurídico, é Cidadã Emérita de Pelotas, juíza do Trabalho desde 1994, advogada por seis anos, foi primeira juíza substituta e desde 2005 atua como titular da Vara do Trabalho.
Casos de justiça
Ana Ilca conta que nunca gostou apenas de resolver um processo. Entende que pode solucionar o conflito e por isso, entre outros rituais, sempre marca audiência em ação de consignação em pagamento (processo em que o patrão tem dinheiro a entregar para o empregado ou para sucessores do empregado) e pessoalmente procura resolver outras questões, como registro da saída na carteira, motivo dispensa, alvarás, entre outros.
No início deste mês os herdeiros de um empregado falecido - apesar de notificados - não compareceram à audiência. Resolveu ir atrás de informações e descobriu que havia um único filho. Entrou em contato e falou sobre o dinheiro que tinha para receber. O jovem de 18 anos pensou se tratar de trote. Incrédulo, acabou contando que o tio havia recebido a notificação da Justiça para comparecer à audiência, mas rasgou "o papel" porque eles estão em atrito, pois o tio pagou as despesas do funeral de seu pai e não tem esperança de ser ressarcido.
Final feliz para o processo. O rapaz veio a Pelotas para uma nova audiência e ainda recebeu a notícia de que receberia seguro de vida contratado pela empresa e ressarcimento das despesas do funeral para quitar a dívida com o tio, o que lhe rendeu cerca de R$ 18 mil.
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