Pesquisa

Atividade física para combater o risco de morte

Um dos grandes méritos do estudo é a descoberta de quantas horas de atividade física por dia seriam necessárias para eliminar o efeito da associação entre longos períodos de tempo sentado e o aumento do risco de mortalidade

Jô Folha -

Às vésperas do início do maior evento esportivo do mundo, as Olimpíadas de 2016, o lançamento de uma série de artigos se propõe a discutir os riscos da inatividade e alerta: com uma hora de atividade física diária é possível compensar o efeito prejudicial de ficar sentado oito ou mais horas por dia. Com liderança pelotense e participação de pesquisadores de países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Noruega, o estudo vai além ao mostrar que o sedentarismo custa caro - pelo menos US$ 67,5 bilhões em perda de produtividade - e afeta diretamente a saúde mental, já que 360 mil casos de alzheimer poderiam ser evitados com a atividade física.

O material divulgado nesta quara-feira pela publicação inglesa The Lancet é uma revisita à pesquisa lançada há quatro anos, também próximo à abertura das Olímpiadas, que em 2012 ocorreram em Londres. O epidemiologista pelotense e um dos líderes do estudo, Pedro Hallal conta que na época 31% dos adultos e 80% dos adolescentes estavam inativos, levando o grupo de pesquisadores a empregarem o termo pandemia. Quatro anos depois, uma nova série de artigos volta a tratar o tema sob a ótica dos impactos financeiros, na saúde e medidas que possam combater essa realidade.

Um dos grandes méritos do estudo, segundo Hallal, é a descoberta de quantas horas de atividade física por dia seriam necessárias para eliminar o efeito da associação entre longos períodos de tempo sentado e o aumento do risco de mortalidade. Através da análise de dados de mais de um milhão de pessoas e considerando a caminhada em ritmo acelerado e andar de bicicleta como exemplos de atividade, chegou-se ao tempo de uma hora de prática de exercícios. “Quanto mais tempo a pessoa fica sentada e menos se exercita, maiores são os riscos. No entanto, não adianta ficar pouco tempo sentado e não fazer atividade”, destaca o pesquisador.

No artigo em que Hallal é coautor, que aborda a relação entre prática de atividade e o desenvolvimento de patologias também há novidades. A ligação entre sedentarismo e doenças cardiovasculares, diabetes e mesmo tipos de câncer já é conhecida, mas foram descobertas evidências de que diversos casos de alzheimer poderiam ser evitados todos os anos, no mundo, caso as pessoas fossem mais ativas. Estas doenças, desencadeadas pela ausência de atividades físicas, representam mais de 5 milhões de óbitos, em decorrência da taxa de morte prematura ser 59% maior para pessoas sedentárias.

O projeto, com edições de 2012 e 2016 é liderado pelo Brasil, principalmente por Pelotas, já que na coordenação do comitê executivo dessa pesquisa está Hallal.

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