O senador pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), recebeu das mãos do presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e prefeito do Chuí, Marco Antônio Barbosa (União), um documento que reúne as principais demandas da região, sendo que a prioridade são recursos para hospitais que atendem mais de um milhão de pessoas. Também entrou na lista a solicitação de apoio para que as verbas dos governos federal e estadual para as enchentes sejam liberadas. Até o final do ano, também serão convidados a visitar a Azonasul os senadores Paulo Paim (PT) e Luis Carlos Heinze (PP).

Durante o encontro com os prefeitos, o presidente da entidade relatou a situação dos hospitais, que pela crise financeira ameaçam fechar a qualquer momento os leitos e suspender os procedimentos contratualizados pelo SUS. "Vamos pedir uma emenda para que o senador ajude, não só os hospitais de Pelotas e Rio Grande, mas também de Canguçu, Piratini, São Lourenço do Sul e Pinheiro Machado, que atendem mais de 1 milhão de habitantes. Mourão disse que tem R$ 35 milhões de emenda destinada à saúde. "Agora eu vou começar a dividir e ver onde estão as carências maiores", garantiu. Crítico aos sistema que vincula os recursos para a educação e para a saúde, por tirar a flexibilidade do gestor municipal, o senador disse que o Brasil vive uma inversão da curva demográfica. "Tem menos gente jovem para ingressar na escola e mais gente com idade para ser tratada. Então os prefeitos têm que ter flexibilidade para investir mais dinheiro na saúde e vice-versa."

No documento, os prefeitos pedem ainda esforços para a destinação de recursos a um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na área de Metodologia Multidimensional para o Acompanhamento e Melhoria da Atenção Básica. Este projeto já está implantado em alguns municípios, melhorando os indicadores de saúde e reduzindo internações, incentivando ações preventivas.

Olhar atento

A manhã também foi de oportunidades dos gestores municipais colocarem o drama das cidades atingidas por enchentes e que até agora, quase dois meses depois, ainda não receberam dinheiro dos governos, mesmo com a situação de emergência homologada. Mourão comprometeu-se em falar o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), uma vez que o mesmo cenário, porém referente ao Vale do Taquari, foi relatado ao ministro. Como sugestão, o político orientou que os prefeitos organizassem um documento sobre a situação da pesca na região, para que sejam incluídos na Medida Provisória 1.192 - institui o auxílio extraordinário destinado a pescadores e pescadoras profissionais artesanais beneficiários do Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal em Municípios da Região Norte. Para o parlamentar, a situação da pesca tem que ser vista no Brasil como um todo.

Ações

Já na entrevista coletiva, Hamilton Mourão falou sobre seu voto contra a reforma tributária e como está sua relação com o governo. "Eu faço oposição ao governo. Não faço oposição ao Brasil. Isso quer dizer que se o governo mandar uma medida que eu considere importante para o Brasil, não vou votar contra, simplesmente, por ser oposição". À tarde, o senador se reuniu com empresários e com partidários.