(Foto: Paulo Rossi - DP) O recurso ajuda Maiquieli a sustentar os oito filhos

Pelotas tem 17.686 famílias pobres inscritas no Programa Bolsa Família (PBF) e destas 7.387 são beneficiárias, o que representa cobertura de 41,8% da estimativa no município, conforme dados do Censo 2010. Nesse contexto estão 22 famílias em situação de rua e 157 formadas por catadores de material reciclável, entre outras, como de pescadores artesanais e de agricultores familiares. No total, são mais de R$ 1 milhão em recursos repassados pelo governo federal para esse conjunto de pessoas que recebem benefícios com valor médio de R$ 140,61 ao mês.

Maiquieli Silva, 39, mãe de oito filhos de seis a 23 anos, e tem três netos, mora com sete deles e um dos netos em um chalé no loteamento Dunas. O local é pequeno, mas extremamente organizado. Caprichosa, a dona de casa, que não pode trabalhar para cuidar dos menores e da própria casa, recebe R$ 287,00 do Bolsa Família ao mês. O dinheiro é empregado em alimentação. “Como aqui é muita gente, compro dois sacolões e com a sobra faço a feira”, conta.

Todos os filhos estudam, uma condicionante aos beneficiários do programa. Os mais velhos já fizeram vários cursos por conta da família ser contemplada com o BF. Ela controla a frequência das crianças na escola e incentiva a participação em cursos sempre que há disponibilidade. Uma das meninas já fez o de manicure, outros de operador de caixa. Separada, Maiquieli recebe pensão do pai de dois dos filhos e uma das filhas, a de 21 anos, está trabalhando.

Como nem todos os filhos são dos mesmos pais e nem todos os pais ajudam na criação, a renda familiar total é baixa. “O Bolsa Família é essencial na minha situação. Se não recebesse essa ajuda nem sei o que faria”, ressalta. Maiquieli morou quase toda a vida no Simões Lopes e a ida da família para o Dunas aconteceu porque no loteamento o preço das casas é mais barato. O ex-marido comprou o chalé para que ela parasse de pagar aluguel.

O Cadastro Único para programas sociais reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda, ou seja, aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. Essas informações permitem ao governo conhecer as reais condições de vida da população e a partir dessas informações selecionar as famílias para diversos programas sociais, enfatiza a assessoria da Secretaria de Justiça Social e Segurança.

Resultados em condicionantes
- O acompanhamento da frequência escolar das crianças de famílias que recebem o Bolsa Família no primeiro bimestre deste ano atingiu o percentual de 92,5%, para menores entre seis e 15 anos, o que equivale a 9.168 alunos acompanhados em relação ao público no perfil, equivalente a 9.910.
- Para os jovens entre 16 e 17 anos, o percentual atingido foi de 84,6%, resultando em 1.905 jovens acompanhados de um total de 2.253.
- Já o acompanhamento da saúde das famílias, na vigência de dezembro de 2015, segundo dados da Secretaria de Justiça Social e Segurança, atingiu 49,6%, percentual equivalente a 3.899 famílias de um total de 7.863 que compunham o público no perfil para acompanhamento da área de saúde do município.

Estimativas
De famílias de baixa renda - Perfil Cadastro Único (Censo 2010) - 28.617
De famílias pobres - Perfil Bolsa Família (Censo 2010) - 17.686
População de Pelotas em 2016 - 343.651
População em 2010 - 328.275

Cadastro Único
O total de famílias inscritas no Cadastro Único em Pelotas no mês de junho de 2016 era de 22.933, entre as quais:
- 5.910 com renda per capita familiar de até R$ 85,00
- 5.536 com renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00
- 7.142 com renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo
- 4.345 com renda per capita acima de meio salário mínimo

Até junho deste ano:
- 63.489 pessoas cadastradas
- 11.882 famílias com cadastro atualizado