Inaugurada em 2011, a Cooperativa dos Apicultores e Fruticultores da Zona Sul (Cafsul), situada no oitavo distrito de Pelotas, Colônia Maciel, dispõe de toda a estrutura para produzir suco, doce em pasta e pêssego em calda, mas nestes seis anos apenas recebe a fruta dos agricultores e envia às indústrias da região. A impossibilidade de ampliar o trabalho se dá porque não tem licenciamento ambiental nem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por falta de acesso pavimentado à sede, na Colônia Maciel. A obra tem custo de R$ 2,9 milhões.

As licenças não ocorrem por causa do pó que a estrada de chão libera. A sede está localizada a 300 metros da paróquia da Colônia Maciel, à beira da estrada. O presidente da Cafsul, Roni Goulart Silveira, conta que a Cooperativa tem 600 sócios e seu primeiro prédio foi construído pela prefeitura em 2008, com recursos da Consulta Popular. O segundo, onde está todo o maquinário em desuso, foi erguido com verba do BNDES. Dentro da propriedade existe estação de tratamento de resíduos, tudo pronto para operar.

Os produtores e lideranças da zona rural se mobilizaram, recorreram à prefeitura, que não tem recursos para a obra, e ao Governo Federal, que não se posicionou a respeito do pleito. A Cafsul recebe o pêssego dos produtores e manda para as indústrias de Pelotas e Morro Redondo. Mesmo com a previsão de dois milhões de latas de pêssegos nesta safra, não pode fazer nada, a não ser estocar, apesar de dispor das máquinas. Assim, perde dinheiro.

Por enquanto existe apenas o projeto
A Unidade Gerenciadora de Projetos (UGP), absorvida neste governo pela Secretaria de Planejamento e Gestão, tem projeto executivo pronto para pavimentação asfáltica do trecho da BR-392 até a ponte, passando pela frente da Cafsul. “Estamos nos esforçando junto ao Governo Federal para conseguir recursos”, diz o secretário de Desenvolvimento Rural, Jair Seidel, ex-coordenador da UGP, ao informar, no entanto, que por enquanto não existe verba disponível para a obra.