Imunização
Campanha de Multivacinação busca aumentar a cobertura vacinal no País
Mais de R$ 150 milhões estão sendo investidos pelo governo federal para desenvolvimento do programa que visa a adesão da população ao calendário de vacinação
Foto: Rodrigo Chagas - Ascom - Baixa imunização no público infantil preocupa especialistas
Vitória de Góes
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O Ministério da Saúde deu início nesta quinta-feira (10) à Campanha de Multivacinação. A iniciativa faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro, e que tem como objetivo aumentar a cobertura vacinal da população brasileira. No País, essa taxa vem caindo drasticamente nos últimos anos, chegando a apenas 59% em 2021. Na região, não é diferente. Em um panorama da região sul do Estado, segundo dados da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, a cobertura vacinal segue o mesmo padrão de queda. A imunização com a tríplice viral, que previne o sarampo, a varíola e a rubéola, estava em 70,12% no ano passado, enquanto em 2022 havia sido de 84,24%.
A baixa procura por vacinação, principalmente no que abrange crianças de zero a 15 anos, tem preocupado não apenas o governo federal, mas especialistas como infectologistas e epidemiologistas que alertam sobre os riscos dessa atitude para a saúde pública.
As taxas de imunização da população brasileira vem caindo progressivamente desde 2019, quando essa era de 73%. Em 2021 esse número já havia caído para 59% dos brasileiros. Ao todo, 20 vacinas estão cadastradas no calendário nacional, sendo que a maioria delas é voltada para aplicação durante a infância.
Em Pelotas, por exemplo, enquanto em 2019 cerca de 68% da população estava imunizada contra as principais doenças, como hepatite, sarampo, febre amarela e poliomielite, em 2022 esse número caiu para 58,06%, de acordo com os dados do DataSus.
Infectologista e professora do curso de Medicina na Universidade Federal de Pelotas, Danise Senna explica que, quando pensado em vacinação, não deve-se levar em conta apenas a imunização de crianças. “Ganharam espaço novos cenários, como a vacinação de adultos sadios contra doenças como tétano, Covid-19, Influenza, além de imunodeprimidos, idosos e profissionais de saúde”.
Além disso, a especialista reforça que, “a cobertura vacinal é muito importante para evitar o ressurgimento de doenças antigas, como catapora, por exemplo. Também, para contribuir no controle de novos agentes, como a Covid-19”, alerta.
Sobre a campanha nacional
A estratégia do governo federal é desenvolver um microplanejamento voltado para cada Estado, criando um calendário de multivacinação específico de acordo com o público alvo, as principais falhas de cobertura, as datas, locais e logística de distribuição dos imunizantes. Para isso, equipes do Ministério irão percorrer todo o Brasil e realizar oficinas de preparação com lideranças locais.
Algumas orientações, por exemplo, são a busca ativa de pessoas não vacinadas, a aplicação de vacinas em locais para além das unidades de saúde, como escolas e áreas indígenas. Para essas ações estão sendo investidos mais de R$ 150 milhões, que serão divididos de acordo com a necessidade de cada local.
Com o lançamento, o Pará é o primeiro Estado a dar início à Campanha. Os próximos serão Maranhão e Roraima, entre os dias 12 e 26 de agosto. Já o Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria de Saúde, deve se juntar à iniciativa de 14 a 28 de outubro. Diante disso, ainda não há um levantamento ou mais informações de como será a sua realização nos municípios.
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