Industrias
Cipel completa 75 anos de atuação no cenário da indústria local
Em 75 anos de história, Centro das Indústrias de Pelotas reúne sindicatos que atuam do ramo alimentício ao de vestuário
Infocenter -
Neste mês o Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel) completa 75 anos de atuação. Criado em 1947 pelo empresário e imigrante italiano Eraldo Giacobbe, a instituição nasceu com o intuito de desenvolver o setor industrial local. Atualmente, o Cipel reúne nove sindicatos de indústrias da cidade e também desenvolve atividades técnicas, institucionais e políticas no setor.
Em Pelotas, a indústria chega ainda no século XIX, no início ligada ao charque. O surgimento de fábricas se intensificou no século XX, principalmente com o auge da produção de frutas em conserva - o que resultou num período, na década de 50, em que Pelotas era a segunda potência econômica do Estado, ficando atrás apenas da capital, Porto Alegre, segundo informações do projeto de história, Memória e patrimônio industrial de Pelotas, da UFPel. Dados do Censo demográfico indicam que, em 1950, Pelotas tinha 127,641 habitantes. Dez anos mais tarde, o número saltou para 176,575 habitantes, o que representa um crescimento de 38,3% neste cenário de fervor econômico.
Desta forma, motivado pelo crescimento industrial e populacional existente na cidade, o Cipel surge como uma entidade destinada a cuidar e representar sindicalmente empresas e indústrias da Zona Sul. Hoje, mais de sete décadas após a sua criação, a organização tem como sede, a Casa da Indústria, no complexo do Parque do Sesi, e reúne nove sindicatos, que juntos trabalham pela inovação industrial na região.
O cenário atual
Cipel - Composto por nove sindicatos da indústria pelotense
SINDCOUROS - Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles de Pelotas;
SINDUSCON - Sindicato da Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Pelotas;
SIMEP - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pelotas;
SINGRAPEL - Sindicato das Indústrias Gráficas de Pelotas;
SINDOCOPEL - Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas de Pelotas;
SICAPEL - Sindicato da Indústria da Carne e Derivados de Pelotas e Capão do Leão;
SINDVESTSUL - Sindicato das Indústrias do Vestuário da Zona Sul;
SINDIPPEL - Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitarias, Massas e Biscoitos de Pelotas;
SINDAPEL - Sindicato das Indústrias do Arroz de Pelotas
Setor Microempresa Pequena empresa Média e grande empresa
Indústria da Transformação 1.061 55 15
Construção Civil 808 23 2
Fonte: Perfil das cidades Gaúchas - Sebrae 2020
Ao longo destes 75 anos de história, a indústria pelotense mudou. O cenário que antigamente era composto, em sua maioria, por empresas do ramo das conservas e do agronegócio, hoje em dia tem grande pluralidade de segmentos industriais, que atualmente representam 13,19% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pelotas. E esta pluralidade pode ser vista de diversas formas.
Nos últimos anos uma das áreas que teve grande crescimento foi a indústria da construção civil. A cidade está se expandindo e cada vez mais novos empreendimentos para diferentes públicos são construídos em diferentes localidades. Segundo o presidente da Sinduscon, Pedro Amaral Brito Leite, em 2021 a construção civil teve um crescimento de 18% no município. Apesar disso, outras indústrias seguem tendo papel fundamental na economia local, como explica o economista e presidente da Associação Comercial de Pelotas (ACP), João Carlos Madail. "Na atualidade a indústria da construção civil predomina em Pelotas, complementada pelas agroindústrias ou indústrias da alimentação. O município tem muitas indústrias com atividades bastante diversificadas", explica.
Madail aponta ainda que o perfil das empresas locais tem um padrão. Ele aponta para um mercado que cresce também fortemente na cidade: o da tecnologia. "A grande maioria das indústrias de Pelotas é considerada pequena ou média, com exceção da Lifemed. Estão surgindo novas indústrias do setor de tecnologia (startups), oriundas do Parque Tecnológico. Uma delas, inclusive, foi negociada por R$ 80 milhões. É um forte ponto no cenário atual. Vemos o nascimento de muitas startups que podem se desenvolver como indústrias de peso".
Sobre o futuro da indústria na região, o economista acredita que seja necessário um maior incentivo por parte do Poder Público, já que, para ele, a cidade detém um local propício para o crescimento destas indústrias. "Pelotas tem tudo para concentrar indústrias, temos uma cidade que favorece em diversos fatores, como os climáticos. Estamos perto do Porto de Rio Grande e também de grandes capitais, como Buenos Aires e Montevidéu".
Madail, no entanto, alerta que existe a necessidade de melhoramento do espaço. "Pelotas depende do incentivo. Temos que preparar a cidade para ser um local onde os empresários tenham interesse por investir e ter suas indústrias aqui", finaliza.
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