A Cipriano Barcelos, popularmente conhecida como Praça dos Enforcados, localizada ao lado do Shopping Popular de Pelotas (Pop Center), segue em processo de revitalização. As obras previstas para serem entregues ainda este mês irão atrasar. Apesar disso, quem passa pelo local já sente gradativamente as mudanças proporcionadas pelo que já foi implantado. Onde era impossível transitar em dias de chuva em razão do barro hoje há calçamento.

A reconstrução foi iniciada em novembro do ano passado. Vanderlei Silveira, proprietário da empresa Construções Silveira e Micro Estacas, empreendimento responsável pelas obras, comenta que nesse período foram feitos os caminhos dentro da praça. A escadaria foi reformada e a guarita, onde ficará a Guarda Municipal, está em processo de finalização. Porém, ainda falta completar a parte de aterramento da área, que é fornecido pela prefeitura. O aterro, que tem demorado a chegar, é necessário para dar início às obras de drenagem do espaço.

Mudanças já são visíveis
Há pouco tempo a praça estava à mercê da marginalidade. A escuridão e a vegetação, combinadas ao trajeto barrento, tornavam o local pouco atraente para uso da comunidade. Quem precisava passar pela região convivia com o medo dos assaltos e, muitas vezes, optava pelas calçadas do entorno. É o caso do aposentado Cláudio Tuchtenhagen, 64, morador da zona rural. Nas poucas vezes em que precisa deslocar-se até o Centro ele já consegue reparar no aumento da movimentação de pedestres no espaço. O taxista, Rogério Hartleben, que trabalha no local, confirma a observação do aposentado e diz que a situação melhorou bastante para os comerciantes. “Espero que a obra seja finalizada. Com a chegada do Pop Center e da revitalização, o consumo de drogas e o sentimento de insegurança de quem passa pelo local diminuiu”, observa Hartleben. Para ele, o que ainda falta são intervenções no paisagismo, pois a vegetação é grande e antiga, muitas árvores estão deterioradas. O profissional comenta que com frequência galhos caem, ameaçando a segurança de quem está transitando pelo local.

Entre as mudanças propostas pela revitalização está a melhoria da região e a ampliação das vendas nos camelódromos. O coordenador da manutenção do Pop Center, Uebster Aquino, diz já sentir um acréscimo de movimento tanto na praça, quanto no Pop Center.

O diretor executivo e presidente da comissão especial de licitações da Unidade Gerenciadora de Projetos da Prefeitura (UGP), Roberto Ramalho, explica que a revitalização foi acordada na época da concessão do Shopping Popular. A construtora apresentou o projeto, que foi aprovado pela UGP, ficando de responsabilidade da prefeitura o aterro da área. Ramalho atribui o atraso devido às condições climáticas. A expectativa da prefeitura é que a empresa responsável pelas obras entregue o trabalho concluído na primeira quinzena de março. Quanto ao paisagismo e a poda, eles vão acontecer em parceria com o Legislativo.

O que está previsto
O projeto do espaço é uma contrapartida pela construção e concessão do espaço do Pop Center à comunidade. O valor do investimento é de R$ 320 mil. O projeto prevê ainda a requalificação das calçadas do entorno do local, bem como a implantação de um pátio seco destinado a jogos ao ar livre, como mesa de damas. O espaço infantil com brinquedos também será requalificado e mudará de local, sendo deslocado mais para o centro da praça. Os bancos serão trocados e 40 postes de luz serão responsáveis pela iluminação. Tanto os bancos quanto os postes encontram-se no Pop Center aguardando o aterro e a drenagem. Por último, será feita o processo de paisagismo.

Acervo Arqueológico
As intervenções aguardadas há mais de três anos só puderam iniciar após de um trabalho arqueológico indicado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pela possibilidade de abrigar materiais históricos. O Consórcio contratou uma empresa especializada que coletou mostras de diversos materiais, que revelam parte da história da cidade, como pedaços de louças, vidros de remédio, garrafas de bebidas etc. O material está armazenado na PUC de Porto Alegre para posterior estudos.