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Com taxa por vir, mercado de energia solar está em crescimento

Dados apontam que o Estado é o terceiro maior em geração solar distribuída no Brasil

Carlos Queiroz -

Tornou-se comum andar por Pelotas e se deparar com diversas residências, pequenos negócios ou empresas que têm apostado nas placas de energia solar. Em constante crescimento desde o surgimento em 2012, o sistema representa atualmente 8,1% da matriz energética do país, com cerca de 16,4 gigawatts (GW), segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). E agora, seis meses antes do Marco Legal que irá taxar as placas entrar em vigor, o mercado está a pleno vapor.

As unidades de captação, conhecidas popularmente como placas solares, são responsáveis por transformar a luz do sol em energia fotovoltaica. “Se tu olhares uma placa de perto, tu vais ver que tem pequenas placas azuis. São as células solares, que são semicondutores. Quando bate a luz neles é gerada uma corrente elétrica, usada para fazer a conversão da energia do painel para a que usamos em nossas casas”, explica o sócio-proprietário de uma rede do ramo, Igor Cunha.

Assim, atualmente são mais de um milhão de sistemas instalados no Brasil, segundo dados da Absolar. E esse grande número pode estar atrelado aos benefícios ligados à energia solar. Um dos que mais atrai novos compradores é a diminuição no valor da conta de luz, já que o indivíduo gera sua própria energia e não é necessário utilizar o serviço de concessionárias. Outro motivo que também chama atenção é que a energia produzida é limpa e renovável.

Novas alterações
Apesar disso, a “taxação do sol” tem sido motivo de debate. A lei federal 14.300/2022, sancionada em janeiro deste ano, definiu o pagamento de uma taxa para quem instalar painéis solares a partir de 7 de janeiro de 2023. Ou seja, com o Marco Legal da Geração Distribuída a economia nas contas de luz deve diminuir, já que agora serão cobrados os custos de distribuição para quem gera a própria energia solar por meio do sistema on grid, conectado à rede de distribuição.

Mesmo com a mudança, quem já tiver o sistema instalado ou colocá-lo em até 12 meses a partir da publicação da lei, continuará isento da cobrança até 2045. Já para quem optar por colocar a partir do próximo ano, a lei prevê uma adaptação com duração de seis anos, com pagamento inicial de 15% do valor da tarifa referente à remuneração, operação e manutenção dos ativos e serviços de distribuição em 2023. O percentual aumentará gradativamente a cada ano.

Confira a seguir:
Em 2023: 15%
Em 2024: 30%
Em 2025: 45%
Em 2026: 60%
Em 2027: 75%
Em 2028: 90%

Com isso, muitos consumidores têm aproveitado o momento para adquirir as placas e, assim, fugir das taxas, o que tem influenciado no crescimento do mercado. Dados da Absolar apontam que o Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com maior geração solar distribuída no Brasil. Sobre o cenário municipal, Igor Cunha afirma: “Os negócios estão acelerados, estamos vendendo o dobro dos últimos anos e tivemos que aumentar nossas equipes de instalação. O noroeste do Estado sempre teve um crescimento bem maior do que a nossa região e agora a Metade Sul já está se igualando as outras regiões”.  

Quem já garantiu
Quem não perdeu tempo e garantiu suas placas solares nos últimos meses é o caminhoneiro André Manetti. Ele conta que o principal motivo para apostar nesse tipo de energia foi por buscar economizar. “A minha esposa tem um salão e as contas foram só aumentando. Nós tínhamos esse dinheiro e tínhamos condições de colocar, então investimos”, conta. “Todo mês é R$ 400, R$ 500, R$ 600 de conta e aí, quando fomos na empresa, acabei descobrindo a função da taxa”, relata.

O caminhoneiro explica que a instalação ocorreu há pouco mais de dois meses e, apesar do pouco tempo, já apresentou uma série de benefícios. “A primeira conta que veio já veio zerada e a segunda ainda não chegou, mas a gente queria aumentar o consumo, não queríamos nos privar e ficar com aquela de desliga isso, desliga aquilo e isso te dá uma certa folga. Agora só falta achar uma opção para a conta de água”, brinca Manetti. E reforça que as placas solares são uma boa forma de investimento: “São 15 anos de garantia. Então, em cinco anos eu tiro o meu investimento e retorna para mim”, destaca o caminhoneiro.

Projeções
Sobre as alterações que a lei traz, Igor Cunha acredita que agora é um bom momento para adquirir os painéis pelas vantagens. Mas mesmo com o acréscimo da taxa, a partir de 2023, ele garante que seguirá sendo um negócio vantajoso, já que a energia solar seguirá como uma opção mais barata. “Energia sempre será cara, então a energia solar sempre vai ser uma boa opção. Se agora ela reduz 90% do valor, em 2023, mesmo com a taxa, ela vai reduzir 80% o que continua sendo um bom negócio”, finaliza

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