A tuberculose pode parecer uma doença do passado, mas, na realidade, ela representa um sério desafio para a saúde pública. Em 2021, por exemplo, o Brasil registrou mais de 68 mil novos casos da doença. Para combater esse problema em Pelotas, o Programa Municipal de Controle da Tuberculose esteve, na manhã desta quinta-feira (27), na Unidade Básica de Saúde (UBS) Py Crespo, no bairro Três Vendas. A visita faz parte de uma série de ações realizadas em parceria com o projeto "Adesão: fortalecimento das ações de controle da tuberculose", da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).

De acordo com a enfermeira e coordenadora do programa, Greice Matos, as ações já passaram por diversos locais da cidade para informar a população e realizar testes da doença. "A gente vem, desde março deste ano, rodando os bairros mais vulneráveis e buscando sintomáticos respiratórios". Atualmente, em Pelotas, cerca de 170 pacientes estão em tratamento para a doença. "Pelotas é um município com alta carga de tuberculose. Na cidade, os bairros Py Crespo e Getúlio Vargas apresentam as maiores incidências da doença", observa Greice.

A tuberculose tem tratamento e cura, portanto, a realização do teste, que é feito de forma muito simples, é fundamental para o controle da doença. "A pessoa só precisa escarrar dentro do frasco e em até 12 horas sai o resultado. É importante orientar a população, porque a gente sabe que tem mais pessoas que possuem a doença e ainda não sabem", avalia. O teste pode ser realizado em qualquer posto de saúde ou diretamente no Programa Municipal de Controle da Tuberculose, localizado no Centro de Especialidades, na rua Voluntários da Pátria, 1.436.

Ainda sem datas marcadas, as próximas ações do programa devem visitar os bairros Dunas, Getúlio Vargas e também a UBS Pam Fragata e a UBS Cordeiro de Farias, na colônia.

Parceria com a UCPel
Desde março deste ano, a luta contra a tuberculose também conta com o apoio do projeto de extensão "Adesão: fortalecimento das ações de controle da tuberculose", da UCPel. Além de conscientizar a população sobre a doença, o principal objetivo do projeto é monitorar a adesão de pacientes ao tratamento da tuberculose.

Através do teleatendimento, o projeto busca encontrar e orientar pacientes que começaram a tratar a tuberculose mas acabaram parando com as medicações. Greice, que também atua como professora-colaboradora no projeto, destaca a importância da iniciativa. "O projeto veio para somar ao programa municipal, buscando encontrar esses pacientes que, muitas vezes, não retornam ao tratamento".

Por ser um tratamento longo, com duração média de seis meses, muitos pacientes acabam parando a medicação quando os sintomas se atenuam. A estudante de medicina Amanda Brum, que participa do projeto, conta que a iniciativa proporciona uma visão real dos desafios de quem trata a doença e ajuda os pacientes a retomarem o tratamento. "Quando nós entramos em contato, a cada 15 dias ou uma vez por mês, as pessoas se aproximam do tratamento e a gente consegue orientar sobre o que precisa ser feito", observa.
No perfil do projeto no Instagram (@projetoadesaotb) é possível conferir mais informações sobre a doença e também sobre as próximas ações em parceria com o Programa Municipal de Controle da Tuberculose.

Saiba mais sobre a doença
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo bacilo de Koch, que afeta, principalmente, os pulmões, embora também possa atingir outros órgãos. A transmissão acontece por via aérea através da inalação de aerossóis vindos das vias aéreas durante a fala, tosse ou espirro de pessoas com a doença ativa.
Os principais sintomas são:
- Tosse por mais de três semanas (com ou sem escarro);
- Febre;
- Sudorese noturna;
- Perda de peso.
Uma das principais medidas preventivas contra a tuberculose é a vacinação, que garante a proteção contra formas graves da doença. A vacina utilizada é a BCG, disponível no Sistema único de Saúde (SUS) e que deve ser aplicada em todas as crianças a partir do nascimento.