Falho
Cor da água ainda preocupa a população
Moradores do Centro e do Porto reclamam de problemas no fornecimento e da coloração quando abrem as torneiras
Paulo Rossi -
Há 20 dias, desde que assumiram a administração de um restaurante na rua Voluntários da Pátria, centro de Pelotas, os irmãos Murilo e Maurício Pires enfrentam problema com a água turva da região.
O estabelecimento entre Andrade Neves e General Osório recebe o líquido amarelado em alguns horários do dia. Não bastasse, perto da hora de servirem as refeições do almoço ainda se deparam com a falta dele. A situação prejudica a limpeza da louça, além de atrasar o trabalho oferecido.
Do outro lado da rua, a sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Pelotas (Secpel) enfrenta o mesmo problema. A entidade oferece serviços de saúde a conveniados, e o diretor, José Luiz Ferreira, cogita pausar as atividades dos dentistas - que precisam da água para trabalhar, caso não volte a ficar transparente. Ferreira acredita que o inconveniente acontece devido às obras da Osório.
De acordo com o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), o administrador está certo. “Às vezes uma tubulação soterrada é quebrada, e isso facilita a entrada de areia”, explica o diretor-presidente Alexandre Garcia, acrescentando que o indicado é deixar a água escoar por alguns segundos, até que volte a sua transparência normal. A qualidade da água no local deve ser medida pelo serviço, que pede à população que não consuma o líquido ao verificar algum tipo de coloração.
No Porto também
No final de janeiro a reportagem do Diário Popular visitou uma residência na rua Uruguai - região do Porto - que registrava aparecimento do líquido esbranquiçado saindo pelas torneiras, que tinha coloração de leite.
Os moradores do local dizem que a situação melhorou, mas que eventualmente o problema volta a ocorrer.
Na rua Gomes Carneiro, o aposentado Fernando Amaral, 58, improvisa seu próprio abastecimento de água ao utilizar um tonel e uma bomba para concentrar e gerar pressão no líquido dentro da sua residência. “Sai só um fiozinho de água, já queimei seis válvulas na máquina de lavar por conta da baixa pressão”, relata. Seu vizinho Rossano Lacerda divide a casa com a companheira e o filho, e diz que a pouca quantidade de água impossibilita banhos durante o dia. Assim, mobiliza-se para realizar a higiene durante a noite, quando o abastecimento costuma normalizar.
Para o Sanep, na época em que o consumo diário da água aumenta, é comum ao local - zona baixa, com difícil acesso à rede - sofrer estes tipos de transtornos. O serviço de saneamento também diz que a zona do Porto possui o sistema de tubulação mais antigo da cidade, o que acaba interferindo no abastecimento da região, por conta da ferrugem gerada com o passar do tempo.
O Reservatório localizado aos fundos do Clube Brilhante (R4) foi recentemente modificado, e atualmente já se encontra em funcionamento. Alexandre garante que o próximo passo é voltar a utilizar o Reservatório da João Manoel (R3), que atualmente está sem uso. Manobras na tubulação e entroncamentos que interligam regiões a este local visam melhorar a circulação da água para a região do Porto. Ao encontrar eventualidades, a equipe do Sanep deve ser acionada, através do telefone 3026-1144, para que seja verificada a condição de potabilidade do produto.
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