A greve nos Correios, iniciada há 13 dias em Pelotas, não chega a comprometer totalmente a entrega de documentos, pois o movimento é parcial e, a exemplo do que ocorre em todo o país, foi realizado mutirão no fim de semana. Mas nem tudo tem chegado às residências e na semana de vencimento das contas do mês, quem tem dificuldade de fazer pagamentos pela internet ou imprimir a segunda via das contas, recorre ao bancos.

É o caso do aposentado Ademar Ramos, 63, que quitou ontem a fatura do cartão de crédito em agência bancária. "Sempre atrasa mesmo e como não sei mexer na internet, vou ao banco", relatou ele, que mora na Sanga Funda. O garçom Victor Reinke, 60, só recebeu o boleto do aluguel e está na mesma situação de Ademar: indo aos bancos para pagar as contas. Já o também aposentado Renato Silva, 66, aguarda um documento importante e por isso foi ao Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) da praça 20 de Setembro conferir se havia chegado. "Fiquei preocupado, mas disseram que a correspondência do Simões Lopes está sendo preparada para entrega", afirmou.

De acordo com delegado do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintect/RS), Henrique Toralles, a adesão à greve na cidade se mantém em 60%. Ontem foi realizada a primeira reunião com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), que ficou de agendar audiência de conciliação. Segundo informações da assessoria de comunicação dos Correios, foram entregues em todo o país no fim de semana mais de 4,5 milhões de cartas e encomendas no mutirão realizado nas localidades em que há paralisação parcial, entre elas Pelotas.

A ação contou com a participação de mais de 15 mil trabalhadores e promoveu a triagem (preparação para a entrega) de mais de cinco milhões de objetos postais. No Rio Grande do Sul, entre sábado e domingo, foram entregues mais de 435 mil objetos e triadas mais de 595 mil cartas e encomendas. A ação teve a participação de 1.073 empregados. Os dados de Pelotas não foram fornecidos.

Serviços

Ainda segundo a assessoria, os Correios colocam em prática o Plano de Continuidade de Negócios (PCN) em todos os municípios onde há paralisação parcial. Em Pelotas, entre as ações realizadas estão mutirões aos finais de semana, liberação de horas extras e apoio de empregados de outras unidades da empresa para triagem e distribuição das cartas e encomendas. O PCN é realizado para minimizar os impactos à população.
Ontem, 85,56% dos empregados (92.898) trabalharam normalmente em todo o Brasil. Desde a última sexta-feira, mais de 1,2 mil empregados retornaram aos seus postos de trabalho. No Rio Grande do Sul, 87,21% do efetivo está trabalhando, o que corresponde a 6.492 empregados. Não foram informados dados de Pelotas. Em todo o Brasil, a rede de atendimento está aberta e os serviços, inclusive o Sedex e o PAC, continuam disponíveis. Apenas os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária) estão suspensos.