Problema

Crise financeira da Prefeitura atrasa serviço de patrolamento na cidade

Alagamentos e buracos, por causa da chuva, atingem novamente a população de bairros, principalmente com os desvios do transporte coletivo

Foto: Jô Folha - DP - Buracos e alagamentos persistem nas localidades

Um problema recorrente que tem afetado muito a vida dos moradores da Vila da Palha e Estrada da Costa: infraestrutura. Bastou o tempo se "armar" para chuva, que todos já sabem que o acesso aos locais vai ficar esburacado e sem o transporte público. Na manhã de terça-feira (14), depois do acumulado de 110 milímetros de precipitação dos últimos dias, o cenário era de pessoas caminhando mais de dez quadras para chegar até a avenida Barão de Correntes, pois a linha Saint Hilaire deixou de ir na única parada que fica passando à entrada da Charqueada São João - rota turística de Pelotas -. O desvio foi confirmado pelo Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) e deve permanecer até que seja feita a patrola no local.

Não só no Areal, mas as más condições das ruas também gerou alterações em outros bairros da cidade (veja relação), alguns pelas obras que estão sendo feitas pela Prefeitura. De acordo com o diretor-executivo do CTCP, Enoc Guimarães, a solução seria priorizar o asfalto nas ruas que servem de itinerários dos ônibus. Já o aposentado Gilnei Pinto da Silva, 60, que teve AVC e ficou com dificuldade para caminhar, acredita que é má vontade para não estragar os amortecedores. "E nós que pagamos ônibus todo ano? Como fica? Tem outra coisa. O que custa passar a máquina. Uma ou duas passadas, o ônibus já entrava aqui", disse ele ao lembrar que o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) já chegou. "Somos obrigados a pagar e não temos infraestrutura". Embora a chegada do período em que entram recursos deste imposto, a Prefeitura atribui à crise financeira como dificuldade de manter em dia o cronograma de patrolamento nas ruas de Pelotas.

Pelo caminho, a reportagem encontrou a irmã do aposentado, a costureira Iracema Pinto da Silva, 71. Ela veio de Santa Catarina para morar com o familiar e considera a situação um absurdo. "Tenho artrose. Já tive um infarto e tenho que caminhar várias quadras, que nem tenho noção de quantos quilômetros são só para esperar o transporte coletivo. Aqui parece que quando o tempo se arma, já decidem pelo desvio do ônibus", contou ela, ofegante. A solução imediata seria várias cargas de aterro. "O problema é que aqui todos trabalham e não têm tempo de reclamar por melhores condições." A amiga de Iracema, a dona de casa aposentada, Lizete Borba Fagundes, 68, mora na Saint Hilaire, no final da Vila da Palha e buscou na bicicleta o meio de transporte para se locomover dentro do bairro. "Tenho problema no ombro e não posso carregar as compras a pé por tantas quadras, mas andar de bicicleta também já é difícil por causa dos buracos." Moradora do local há 48 anos, ela conta que nem sempre foi assim. "De uns anos pra cá, foi piorando muito".

Dinheiro

A secretária de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Lúcia Amaro explica que, por conta da crise financeira em que o Município se encontra, atualmente há uma defasagem de maquinário, o que impede o atendimento mais ágil das demandas.

"Devido a chuva frequente, a cidade também ficou com defasagem de material e estamos no aguardo da liberação saibro com um pouco mais de cascalho de forma emergencial para podermos adquirir e, então, fazer a manutenção das vias, começando pelas não pavimentadas, que são linhas de ônibus e depois trabalharmos por bloco em formato de programação, saindo de um bairro somente após termos contemplado todas as demandas, até conseguirmos concluir todos", diz.

Outro ponto

Uma solução encontrada por moradores do Recanto de Portugal, mais precisamente na Vila Real, para acabar com os alagamentos, foi fazer um acordo com a Prefeitura, sendo que o material para obra de drenagem foi adquirido por recursos dos proprietários de residência e o governo municipal executaria a obra. Ocorre que esse contato foi feito em abril deste ano, o material foi comprado e as obras ainda não iniciaram. Na manhã de terça, quem tentou atravessar pela rua, correu o risco de ficar com o carro comprometido de tanta água.

Sobre esse caso, a secretária diz que a Prefeitura busca uma estrutura de mão de obra e maquinário para auxiliar na obra, uma vez que a equipe e a estrutura da Cosac Laranjal é insuficiente para realizar o serviço. "Estamos em busca de um auxílio de mão de obra e de maquinário para entregar esse serviço de forma rápida", afirma.

Confira os desvios determinados pela CTCP

Py Crespo via Ceval: rua Açores - rua Barão Tramandaí - rua São Luiz - segue itinerário normal.

Santa terezinha / Toussaint: vai e volta pela rua Professor Alcindo Flores Cabral.

Passo do Salso: Não está atendendo a leitaria e também a Vila Nova.

Cruzeiro: Não está indo até o terminal do bairro.

Areal Circular: Vai pela rua Professor Magda Costa até o fim, manobra e volta pela mesma via. Após, dobra na rua Sotero do Reis e entra na rua Luiz Alves Pereira, para contornar na avenida Barão de Corrente e depois avenida Domingos de Almeida.

Bom Jesus Esquerda: rua Oito - Avenida Ulysses Silveira - Rua Nove - rua Mario Peiruque - rua Boa Ventura Leite e itinerário normal

Atendimentos da praia: desvio na Ponte do Laranjal por causa da obra.

Gotuzzo: Não está atendendo a rua Herbert Hadler, desviando pela Lifemed

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