Manutenção
Crise financeira da UFPel causa desligamento de terceirizados
Universidade optou por reduzir em 25% o valor global dos contratos com empresas prestadoras de serviços
Infocenter -
A delicada situação financeira pela qual passa a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tem afetado não somente o ensino, mas também os postos de trabalho por ela abertos. Desde abril funcionários terceirizados que desempenham serviços de portaria e limpeza, entre outros, estão sendo desligados e, consequentemente, demitidos das empresas das quais são contratados.
Sem se identificar, uma funcionária disse ter recebido aviso prévio, “de uma hora para outra”. Há seis anos na Universidade, além da preocupação que o desemprego traz, sente-se desrespeitada. E joga luz também em outra questão: relata tentativa da empresa, Sulport Terceirizados, em desfazer o contrato de 12 horas e recontratá-los em regime de seis horas. A representante da companhia em Pelotas, Luciana Rosa, admite a tentativa de redução, mas a ação não teve avanço dentro da UFPel. Como não mantém vínculo com nenhuma outra instituição, a Sulport se vê obrigada a demitir os funcionários.
Entre os estudantes,abaixo-assinado foi lançado para interromper as demissões. Aluna da Pedagogia, Virginia dos Santos é uma das organizadoras. Além de se preocupar com as pessoas que ficarão sem emprego, ela se mostra apreensiva com os rumos da Universidade. “São gastos desnecessários para a Reitoria, mas não para nós. Os porteiros nos atendem, nos guiam até as salas, nos protegem. No Restaurante Universitário (RU) se formam enormes filas na hora do almoço, pois é preciso fiscalizar quem está matriculado. Imagina sem os funcionários”, alerta.
Atualmente, a UFPel possui nove contratos com prestadoras de serviços, totalizando um contingente de aproximadamente 700 trabalhadores terceirizados. A previsão é de que a Universidade despenda R$ 31 milhões no setor em 2017 - 58% do orçamento provável de custeio para o ano. Diante desses números, a Reitoria optou por reduzir de cerca de 25% no valor global dos contratos.
O pró-reitor Administrativo, Ricardo Peter, salienta que a ação foi tomada para buscar contornar a “calamitosa situação financeira” pela qual a UFPel passa. Em 2013, o orçamento de custeio representava 2,1% do total das universidades federais brasileiras. Ao longo dos anos, entretanto, o número foi decrescendo, chegando à atual cifra de 1,3%. Comparada à evolução do orçamento de custeio entre 2013 e 2017, em relação às outras instituições de ensino do governo federal, a UFPel tem os segundos piores números, com um acréscimo de apenas 15% - a Furg teve aumento de 223%, a UFSM de 106% e a UFRGS de 76%.
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