Mais uma vez a imagem de Iemanjá, da gruta do Balneário dos Prazeres, em Pelotas, foi danificada pelo fogo. Desta vez ficou apenas chamuscada, nem perto do resultado do ano passado, quando realmente foi incendiada. A gruta está vazia, pois a estátua foi retirada pela Federação Sul-rio-grandense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros, onde ficará até a procissão do dia 2 de fevereiro de 2017.

Segundo o presidente da entidade, Joab Bohns, de qualquer forma ela seria levada para a sede da Federação por causa das comemorações da Semana da Umbanda, a partir do dia 14 de novembro. Também é habitual que a imagem permaneça na sede até fevereiro, para a procissão de Iemanjá, quando é levada de volta à gruta. A estátua recebeu limpeza e agora será restaurada e pintada. Falta a mão esquerda e um dedo na direita.

Para Isair Gonçalves, que mora no prédio da Federação no Balneário dos Prazeres, a imagem não foi queimada propositadamente. Ele acredita que alguém acendeu uma vela, que teria sido derrubada pelo vento, ocasionando o princípio de incêndio. Quanto ao episódio do ano passado, também pensa não ter sido intencional e na sua versão alguns meninos teriam tentado pegar as moedas colocadas por fiéis dentro da gruta com um bambu, derrubando velas acesas e provocando o sinistro.

O ex-policial Rubimar Medeiros, morador há 35 anos no Balneário dos Prazeres, refuta a possibilidade de se tratar de intolerância religiosa, comentário corrente na praia. Na avaliação do presidente da Federação, no entanto, nenhuma hipótese pode ser descartada e ninguém pode afirmar o que não viu. “Pode ser o vento e pode não ser. Acho estranho”, comenta ele, que não está convencido sobre o que realmente ocorreu.

Relembre
Em 1º de maio desse ano a Federação Afro-Umbandista e Espiritualista do Rio Grande do Sul presentou a cidade com uma nova imagem de Iemanjá, até que a santa original fosse restaurada do incêndio que praticamente a destruiu, em 7 de abril.