Saúde

Detectados 50 novos casos de câncer de pele em Pelotas

Foram atendidas 300 pessoas no Dia Nacional de Combate, ação nacional promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia

Foto: Jô Folha - DP

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Das 300 pessoas atendidas no Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele em Pelotas, em 50 foram detectadas a doença. Os pacientes, idosos em sua maioria, foram encaminhados para tratamento com cirurgião. São cerca de 15% do total, um pouco mais do que no ano passado, quando chegou a 12%, informa a dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e coordenadora da campanha no município, Maria Gertrudes Neugebauer.

O pintor Elias da Silva Porto, 48, fez uma cirurgia há cinco anos e anualmente passa por revisão do procedimento e de seu estado geral. Teve um câncer no nariz e aproveita as campanhas para ter acesso mais rápido à rede pública. Ele aconselha às pessoas a usarem protetor solar, o que nunca fez até então. "Hoje uso sempre. Levei 15 pontos no nariz", conta ele, que relutou muito em ir ao médico, ficando quase três anos convivendo com o problema.

Porto trabalha na rua, portanto, se expõe ao sol direto. Não tem nenhum caso na família, mesmo sendo filho de agricultores. Nízia Portelinha, 66, também trabalha no campo, como os familiares de Porto. Ela apresenta manchas na pele e já fez algumas consultas, mas diz que só lhe receitaram antialérgicos, que não funcionaram. "Já cauterizaram meu braço e o rosto, mas faz muitos anos que eu tenho. Hoje eu vim investigar melhor, já que tive essa chance", completa.

A dermatologista Fernanda Jacottet salienta que ao detectar um câncer o profissional já faz o encaminhamento para o cirurgião. Para isso utiliza uma aplicação de nitrogênio líquido nas lesões, o que proporciona cauterização por congelamento. Quando percebe nelas características cancerígenas, providencia o encaminhamento do paciente para os devidos tratamentos e intervenções.

A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia e é realizada há 15 anos em todo o país. O Dia C, como é denominado o mutirão para atendimento, ocorreu sábado no Centro de Especialidades em Pelotas, paralelamente a todo o país. Mobilizou mais de três mil dermatologistas voluntários no Brasil. A previsão inicial da SBD era de atender 30 mil pessoas para análise, diagnóstico e encaminhamento a tratamento do câncer da pele.

Na edição de 2015, segundo dados da SBD, foram atendidas gratuitamente cerca de 24 mil pessoas e 13,28% (2.651) delas apresentaram lesões de câncer da pele, sendo imediatamente encaminhadas para tratamento gratuito.

A doença
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra, a cada ano, 135 mil novos casos e o câncer da pele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. O tipo mais comum, o não melanoma, tem letalidade baixa, mas os números alarmam os especialistas. A exposição excessiva ao sol é a principal causa da doença. Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Dermatologia estima que haja dois milhões de casos novos a cada ano.

A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento. Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Por isso, examine regularmente sua pele e procure imediatamente um dermatologista caso perceba pintas ou sinais suspeitos.

Como prevenir
Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos. Como a incidência dos raios ultravioleta está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se proteger quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

A SBD recomenda que as seguintes medidas de proteção sejam adotadas
- Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
- Evitar a exposição solar e procurar permanecer na sombra entre as 10h e as 16h (horário de verão).
- Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
- Usar filtros solares diariamente e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra a radiação UVA e a UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
- Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

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