Saúde
Dia dos Cuidados Paliativos tem programação em Pelotas
Iniciativa da CuidATIVA, da UFPel, tem apoio da Frente PaliATIVISTAS
Jô Folha - DP - Centro Regional de Referência fica no prédio da antiga Laneira, localizado na avenida Duque de Caxias, 104
Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)
A CuidATIVA - Centro Regional de Referência em Cuidados Paliativos da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), em parceria com a Frente PaliATIVISTAS, realiza, nesta semana, atividades alusivas ao Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, comemorado no segundo sábado do mês de outubro (14). A programação começa hoje e vai até a sexta-feira, com diversas atividades que promovem a conscientização das pessoas acerca da importância dos cuidados paliativos para que os pacientes possam viver mais confortavelmente as últimas fases de uma doença sem cura.
Entre as atividades programadas, na segunda-feira está marcada uma audiência pública para discussão dos Cuidados Paliativos na Câmara de Vereadores de Pelotas. A audiência está prevista para acontecer das 14h até as 18h, com o tema Comunidades CuidATIVAS, para uma Vida de Direitos.
Por conceito, os cuidados paliativos são uma estratégia definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas que apresentam doenças que ameaçam a vida, atentando aos aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. Os cuidados se estendem também às famílias dos pacientes e à fase do luto. A Julieta Fripp, Coordenadora da CuidATIVA e Médica Paliativista, explica que são muitas as doenças incluídas entre as ameaçadoras à vida. "Pessoas que têm câncer, doenças neurodegenerativas, demência, doença de Parkinson, pneumopatias graves, hepatopatias graves, cardiopatias graves, pessoas com dor intensa associada a alguma doença ameaçadora", cita a médica.
Ela explica a importância da conscientização das pessoas sobre os cuidados paliativos, com necessidade de trabalhar esse assunto com a sociedade e a comunidade. Segundo ela "a porta de entrada é a porta de saída. A gente nasce e a gente morre. Então, precisamos saber que em algum momento da nossa vida devemos passar por cuidados paliativos, para melhorar a qualidade de vida". Este ano, inclusive, em Pelotas, o tema do Dia dos Cuidados Paliativos é sobre comunidades compassivas, "o tema: Comunidades CuidATIVAS, para uma Vida de Direitos. Comunidades que possam cuidar umas das outras e contribuir para se somar aos cuidados oferecidos pelos serviços de saúde", completou.
A aposentada Janete Flores conheceu a Unidade Cuidativa em sua inauguração, em março de 2017. Hoje ela trabalha como voluntária no grupo de Arte Paliativista e conta como foi a chegada no serviço. "Depois de médicos dizerem que não havia mais como curar minha patologia, saí de uma situação em que era vista como uma doença que tinha uma pessoa, e cheguei nos cuidados paliativos como uma pessoa que tinha uma doença. Aprendi que nem tudo se cura, mas que tudo pode ser cuidado, e todas as pessoas têm esse direito", relatou.
Janete conta que na Unidade Cuidativa existe acesso a muitos serviços e Práticas Integrativas de Cuidado (PICs), como a dança circular, aromaterapia, meditação, Tai Chi Chuan, reiki, entre outros atendimentos que envolvem academia, fisioterapia, psicólogo e etc.
Elizabeth Cavalheiro chegou na Cuidativa em 2018 praticamente sem conseguir caminhar. Depois de passar pelos cuidados paliativos, abandonou as muletas e a cadeira de rodas, que precisava utilizar às vezes, e hoje realiza atividades do dia a dia que antes não conseguia. Gratidão pelos cuidados que recebeu resume o estágio atual de Elizabeth, que não quer deixar de frequentar o local. "Gostaria muito que a Cuidativa aumentasse em todo o País, porque as pessoas que dependem do SUS precisam disso, do aconchego, do cuidado [...] É a minha segunda família, me sinto bem lá".
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