Estilo Gastronômico
Direto da cozinha de casa para o consumidor
Comidas produzidas artesanalmente são tendência entre os novos serviços de tele-entrega na cidade
Paulo Rossi -
Pratos da culinária japonesa serão oferecidos tanto por entrega quanto em restaurante. (Foto: Paulo Rossi)
Como saber se um produto é saboroso e agradável aos mais exigentes paladares? As chances aumentam quando o próprio empresário coloca a mão na massa para oferecer pratos artesanais que passam por um controle rigoroso de qualidade. Vários cozinheiros da cidade têm levantado a bandeira do homemade (produzido em casa), especialmente serviços de tele-entrega, e já são vistos como possuidores de uma vantagem competitiva de mercado.
A produção é reduzida, com um ou dois funcionários, sendo que alguns limitam o número de pedidos por noite ou abrem em dias específicos da semana. Pizzas, hambúrgueres e sushis são feitos um a um, detalhadamente, sem estar semiprontos ou congelados como numa ampla linha de montagem digna dos restaurantes. Prontos, saem quentinhos direto da casa dos novatos empreendedores para os clientes.
O caderno Estilo Gastronômico elencou alguns projetos locais e recentes para apresentarem suas propostas e suas aspirações. Todos começaram timidamente, com divulgação apenas nas redes sociais, e se surpreenderam com o rápido aumento da procura. Atualmente já estão expandindo seus negócios, sem perder o caráter caseiro.
Hõmu Sushi
Em japonês, hõmu significa casa. Foi justamente na casa de Nicolas Bonato que o serviço de tele-entrega de comida japonesa teve seu promissor início. O jovem trabalhou como sushiman em um dos restaurantes da cidade e decidiu apostar em um negócio próprio. Optou pelo delivery porque a produção deveria ser em pequena escala, feita apenas por ele. Ou seja, bem caseira e saborosa.
Desde janeiro deste ano, quando iniciou as entregas, Nicolas percebeu um aumento crescente no número de pedidos. “Eu imaginava que seriam de três a cinco por noite. Atualmente chega a 30”, comenta o empresário. Mesmo com a ajuda da namorada e da tia para atender o público, é muito trabalho na cozinha para um único sushiman.
Frente a este cenário, o Hõmu Sushi deixará sua casa para ocupar um estabelecimento comercial a partir da segunda quinzena de novembro. Nicolas contará com oito funcionários em um ponto na rua Doutor Amarante, 226 (parque Dom Antônio Zattera).
O conceito caseiro deve permanecer. A produção na nova casa manterá os diferenciais encontrados na tele-entrega, com produtos orgânicos e frescos, nada congelado. A ideia é não abandonar a essência. “A entrega hoje é muito forte. Tenho clientes que pedem duas, três vezes por semana. Não queremos perder isso”, afirma. As promoções serão intensificadas para estimular os pedidos de delivery.
O cardápio oferece diferentes versões de sushi, temaki, sashimi, gunka, yakissoba, tartar, hots e teppanyaki. Todos esses pratos e ainda novidades devem ser disponibilizados nesta nova etapa do Hõmu. “A proposta é ampliar as opções tanto para quem quer comer no conforto do lar quanto para aqueles que gostam de sair para jantar em um ambiente agradável”, explica. Os pedidos são feitos pelos telefones (53) 8126-6881 e (53) 8434-4858.
La Pitiça Criolla
Pizza caseira com um gostinho uruguaio. A relação do projeto com o país vizinho já vem no nome: La Pitiça Criolla. Ou seja, pitiça é como as pizzas são chamadas na região da fronteira. As similaridades não param por aí. Todas as combinações criadas pelo empresário e pizzaiolo Nazário de Souza vão na parrilla e, além disso, recebem produtos que vêm de longe, como o chimichurri e o doce de leite Conaprole.
O proprietário é brasileiro, especificamente pelotense, mas faz a sua própria receita de pizza estilo uruguaia há cerca de oito anos. Tamanha aprovação entre os amigos o motivou a compartilhar suas deliciosas criações.
“Aconteceu porque é na minha casa, sem altos custos operacionais”, conta o empresário. Ele aproveitou o amplo ambiente, com parrilla completa nos fundos do terreno, para montar sua modesta produção. É ali que fica nas noites de quinta a domingo, oferecendo tele-entrega de pitiças.
A estreia aconteceu há cinco meses e foi marcada por três pedidos. Hoje chega até 35 solicitações por noite. Os números devem aumentar com a conclusão de uma parrilla maior e, também, com a contratação de um segundo motorista para as entregas.
Nazário já conta com um ajudante para auxiliar no preparo da massa e também em etapas como grelhar cebola, calabresa e tomates. Ele faz questão de centralizar algumas tarefas para si, como montar os sabores e levar ao fogo. É esse controle que garante o sabor caseiro.
Nazário desenvolveu receita de massa fina e crocante sobreposta com ingredientes de qualidade. (Foto: Paulo Rossi)
A pizza “pitiça” é diferente das demais, começando pelo tamanho quadrado. A escolha por esse formato obrigou o próprio empresário a adquirir e produzir formas, telas e pás específicas. Outra característica própria é a massa fina. Leia-se bastante fina. É assada na parrilla, o que a torna ainda mais crocante.
Os produtos utilizados são racionados. Cada pizza possui 250 gramas de queijo, por exemplo, as que possuem carne também recebem 250 gramas de filé. “E é filé mesmo”, salienta o proprietário. Do mesmo modo que o chocolate é Nestlé e o doce de leite Conaprole ou Mumu.
Atualmente o cardápio conta com 25 sabores. Os principais são filé com provolone, chocolate com morango, marguerita e doce de leite com provolone. Oferece dois tamanhos: 35cm e 25cm. A divulgação é feita via Facebook e WhatsApp, aceitando pedidos pelo (53) 8422-8142.
Sweet Burguer
Desde o pão até o blend de carnes, tudo é feito na hora. (Foto: Paulo Rossi)
O hambúrguer realmente merece um caráter artesanal. O cuidado no preparo da carne, dos molhos e até mesmo do pão faz toda diferença. A Sweet Burguer levanta a bandeira do homemade, mesmo que para isso tenha-se mais trabalho. “Vale a pena”, salienta a cozinheira Francine Pich.
Antes de lançar seu serviço de tele-entrega, a empresária mergulhou no universo dos hambúrgueres por vários meses. Estudou bastante, realizou testes e fez eventos para grupos, a fim de obter o feedback do público. Escolheu a tele-entrega, principalmente, pelo baixo custo.
A primeira noite, em agosto deste ano, comprovou a força do produto. “Estava marcado para começar às 19h de uma sexta-feira. 19h01min recebi o primeiro pedido. Desde então não parou mais”, comemora. Francine conta que não tinha ideia da proporção que poderia tomar. “Sabia que se o produto fosse bom as pessoas iriam pedir. Tem gente que pede todo fim de semana, sem enjoar”, conta.
O cardápio oferece sete opções, entre elas uma vegetariana com hambúrguer à base de grão de bico e molho com cogumelos. Todas as carnes são bem recheadas, com peso médio de 180 gramas. Na fanpage são constantemente lançadas novidades. Há promoção de sobremesa grátis ao solicitar um combo (burguer + acompanhamento).
O artesanal é regra da casa, desde o pão até o blend de carnes do hambúrguer. Tudo feito por Francine e seus ajudantes. No preparo, utilizam orgânicos e temperos da horta. O restante dos insumos vem de produtores locais. Há uma preocupação com a qualidade oferecida aos clientes. “Não tem porque encher a carne de gordura, por exemplo”, cita.
Até esta semana a cozinha de Francine estava em obras. A estrutura anterior era pequena para suportar tantos pedidos e, por isso, precisou ampliar. “A gente já estava se pechando ali dentro”, conta. O Sweet Burguer agora possui um novo espaço e mais duas pessoas para ajudar no atendimento da tele-entrega de sexta a domingo.
Por não obedecer uma ampla linha de montagem, há um limite de pedidos por noite. Até 50. “Quando se faz em grande quantidade perde-se o caráter artesanal”, acredita a cozinheira. O contato pode ser realizado pela fanpage ou pelos telefones (53) 8145-0579 e (53) 3306-5619.
A hamburgueria era um projeto extra de Francine, pois ela também possui outros dois: confeitaria e fit funcional. Atualmente são os burguers que oferecem a maior receita. Já cogita inaugurar um estabelecimento fixo, mas sem deixar de lado seu diferencial. “Seria um espaço que não abriria todos os dias e sem muitos funcionários. Não seria para aumentar tanto o número de clientes. É pelo prazer de cozinhar, para manter a filosofia do homemade”, acredita.
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