Polêmica

Diretor do Simers divulga nota de retratação

Falas de Luiz Alberto Grossi na última semana geraram desconforto na comunidade acadêmica

Foto: Divulgação - Luiz Alberto Grossi, diretor do Simers

Após a repercussão negativa da entrevista que concedeu ao Diário Popular, publicada na edição dos dias 1º e 2, e que gerou reação de políticos e entidades ligadas a estudantes e universidades, o diretor do Interior do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) emitiu nota nesta sexta-feira (7) em que faz retratação pública pelas declarações.

No texto, Luiz Alberto Grossi pede desculpas e afirma que fez comentário inadequado sobre a possibilidade de abertura de vagas em Medicina na UFPel voltadas a assentados através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). "Ao tentar simplificar uma ideia complexa — que diz respeito às dificuldades que o Brasil enfrenta com relação à qualidade da educação básica, em especial em locais com maior vulnerabilidade social —, me expressei de maneira imprópria”, afirma o representante da classe médica.

Grossi defendeu que, antes de alterar critérios para ingresso em cursos de Medicina, é preciso investir em educação básica para que haja condições de igualdade entre os candidatos. "A maneira como me expressei não representa o que penso — e muito menos o que o Simers defende e sempre defendeu nesses 92 anos de atuação”, finaliza.


Instituições de ensino apoiam UFPel

Na noite de quinta-feira, reitores do RS se manifestaram em apoio à UFPel. Conforme nota divulgada pelo Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado do Rio Grande do Sul (Foripes), a discussão sobre a implantação de turma especial de Medicina através do Pronera contribui para a redução das disparidades no acesso à educação e para a representatividade dos profissionais de saúde em regiões rurais.

"As ações afirmativas são instrumentos importantes para a redução de desigualdades, com resultados concretos observados em nosso País. A autonomia universitária é garantida pela constituição federal, e as universidades e institutos federais podem propor cursos de acordo com sua avaliação de impacto social e necessidades da sociedade, que são sempre avaliados rigorosamente, conforme as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação”, diz o texto.


Confira as manifestações na íntegra:

Nota Simers
"Nota de retratação pública
Com relação à minha fala em entrevista ao Diário Popular, veiculada em 1º de julho, registro meu pedido de desculpas. Meu comentário foi inadequado. Ao tentar simplificar uma ideia complexa – que diz respeito às dificuldades que o Brasil enfrenta com relação à qualidade da educação básica, em especial em locais com maior vulnerabilidade social –, me expressei de maneira imprópria.

Antes de alterar os critérios de ingresso nas escolas de Medicina, precisamos olhar para a educação básica, que carece de investimentos, para que todos – indistintamente – possam participar do processo de seleção em condições de igualdade.

A maneira como me expressei não representa o que penso — e muito menos o que o Simers defende e sempre defendeu nesses 92 anos de atuação.
Dr. Luiz Alberto Grossi"

Nota Foripes
"As reitoras e reitores que integram o Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado do Rio Grande do Sul manifestam, por meio desta, seu apoio à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pela iniciativa de discutir a implantação de uma turma especial de Medicina destinada para a população assentada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

A UFPel, ao propor a formação de médicos e médicas entre os integrantes das famílias assentadas, contribui de forma significativa para a redução das disparidades no acesso à educação e para a representatividade dos profissionais de saúde em regiões rurais, onde a carência de médicos é uma realidade.

As ações afirmativas são instrumentos importantes para a redução de desigualdades, com resultados concretos observados em nosso país. A autonomia universitária é garantida pela constituição federal, e as universidades e institutos federais podem propor cursos de acordo com sua avaliação de impacto social e necessidades da sociedade, que são sempre avaliados rigorosamente, conforme as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação.
Diante disso, expressamos nosso apoio à UFPel e sua autonomia, especialmente em um tema tão relevante e que fortalece o compromisso com uma educação pública inclusiva e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
UFPel, Unipampa, Furg, UFCSPA, IF Farroupilha, IFRS, IFSul, UFSM e Uergs"

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