Por Rafaela Rosa

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Sob um calor de mais de 30º C, milhares de estudantes da região realizaram a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Pelotas. O cenário foi de movimento intenso nas ruas e também de jovens e adultos munidos de garrafas d’água, caneta preta transparente - e um pouco de nervosismo. A prova também foi aplicada de forma digital e as notas devem ser publicadas em janeiro de 2023. O gabarito na próxima quarta-feira (23).

Pelotas registrou 8.430 inscrições, sendo que 8.021 optaram pela prova impressa e 409 pela digital. No campus Anglo, da UFPel, tudo ocorreu de maneira tranquila e todos conseguiram entrar no local, que teve os portões fechados às 13h. As colegas de curso preparatório, Marianna Abreu, 18, Raphaela Leite, 18 e Janaína Leite, 19 - que são irmãs - chegaram cedo no local, antes mesmo dos portões abrirem. O trio considerou a primeira etapa tranquila e estava confiante para encarar as outras 90 questões, divididas em Matemática, Códigos e Suas Tecnologias e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias.

“Foi uma prova bem interpretativa e gostamos do tema da redação. Hoje estou um pouco mais nervosa”, disse Marianna, que não tem tanta afinidade com as questões exatas e tentará ingressar no curso de Direito. A jovem também comenta o reflexo dos dois anos de pandemia, que para ela afetou diretamente nos estudos. “Ninguém teve o ensino que precisava ter”. Outro ponto destacado pelas amigas é o tipo da prova, que é longa e muitas vezes interpretativa. “Não é uma prova que avalie o Ensino Médio público. Sem o privilégio de poder fazer um cursinho seria muito difícil”, pontua Janaína, que presta também o exame para Direito.

Do lado de cá do portão e com olhar atento para o interior do prédio estava Laura Mogliazza, 40. A professora de matemática cuidava os passos da filha Nicole, de 18 anos, que estava fazendo o Enem pela primeira vez. A jovem chegou cedo e entrou direto para a sala. “Passa um filme na cabeça da gente, é uma sensação de missão cumprida”, fala, enquanto esperava os portões fechar, pois estava com receio da filha precisar de algo e ter que voltar até a frente do Campus. “O coração está a mil”, brincou.

Quem também foi dar uma conferida e ter o último papo com os alunos foi Maurício Larroza. Ele é professor de física de um curso preparatório e também de colégios da rede privada. Sobre a prova da disciplina que leciona, que fica entre as questões do caderno de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias, observa uma mudança das três últimas edições para cá. “O exame está com caráter mais conteudista”, diz, acreditando ser um ponto positivo para os estudantes que se dedicam a estudar a prova. “É uma maratona. Precisa estar bem no quesito físico, mental e técnico para alcançar bons resultados”, fala.

Curiosidades do Enem

- Ao todo, 3.331.566 candidatos estavam inscritos para participar do Enem impresso e 65.066, o digital.
- Dos 8.430 candidatos de Pelotas, 8.021 optaram pela prova impressa e 409 pela digital.
- As mulheres representam 61% dos candidatos e as pessoas negras - soma de pretos e pardos - são 54,8% dos inscritos.
- O Enem é realizado em 11.175 locais de prova em 1.747 municípios.
- São mais de 320,5 mil pessoas envolvidas na aplicação do Exame, entre coordenadores estaduais, municipais, aplicadores e supervisores.​