Não é privilégio de Pelotas, é justo dizer, mas também sejamos críticos: nas últimas semanas as salas comerciais de cinema receberam na grande maioria dos horários arrasta-quarteirões sobre super-heróis ou personagens infantis. Têm seu público, claro, mas falta diversidade. Positivo, portanto, o retorno do Festival Varilux de Cinema Francês, que ocupará o Cineflix de hoje até o dia 22. 15 filmes inéditos e o valor dos ingressos segue a tabela vigente, incluindo os dias promocionais.

É o sexto ano da iniciativa, terceiro em que Pelotas a recebe. A permanência se dá pela afinidade criada com a cidade, a nona com mais público dentre os 45 municípios brasileiros que receberam o festival em 2015. Para o crítico Renato Cabral, o Varilux serve como uma alternativa à realidade de pouca diversidade nas salas. “Apesar de trazer alguns filmes mais redondinhos e pouco inovadores, é um respiro à programação”, diz, salientando haver ainda muitas produções que se encontram em menor circuito e poderiam entrar em cartaz.

Cabral destaca o cinema francês como o mais tradicional, onde Sétima Arte pode ter nascido com os irmãos Lumière e o diretor Georges Méliès. Por conta disso, diz ser inegável tratar a França como um berço e um dos locais onde a cultura cinéfila é mais forte, “mas nem sempre se caminha tão longe. Os franceses possuem as atuais chanchadas iguais às nossas. É notável a inclusão desse tipo de filme alinhado ao cinema americano. Não é ruim, se bem realizado.

Destaques
Cabral recomenda na programação, primeiramente, Agnus dei, de Anne Fontaine, que aborda a história de uma enfermeira na Polônia pós-Segunda Guerra que descobre estupros cometidos por soldados invasores contra freiras moradoras de um convento vizinho. “A diretora se coloca a trazer personagens femininas e grandes dilemas, sem vitimá-las”, comenta. Marguerite é também lembrado pelo crítico, bem como o romance lésbico Um belo verão.

Confira a programação completa no site do Festival